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06/Jun/2022

Dólar recua com entrada de recursos estrangeiros

Apesar do sinal predominante de alta da moeda norte-americana no exterior, na esteira de dados fortes de geração de emprego nos Estados Unidos, o dólar apresentou bastante instabilidade no mercado doméstico de câmbio na sessão de sexta-feira (03/06). Segundo operadores, entrada de fluxo estrangeiro (comercial e financeiro) e desmonte parcial de posições defensivas no mercado futuro, em meio à redução dos temores de que o governo opte por decretar estado de calamidade, serviram de contrapeso à aversão ao risco. Com trocas de sinal, a divisa chegou a correr até a máxima de R$ 4,83. A mínima de R$ 4,77 veio já na reta final da sessão. No fim do dia, o dólar era cotado a R$ 4,77, em baixa de 0,20%. A moeda fechou a semana passada com valorização bem modesta, de 0,85%, interrompendo uma sequência de três semanas de queda expressiva, quando desceu do patamar de R$ 5,05 para operar ao redor de R$ 4,80.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu ao presidente Jair Bolsonaro que apresentará uma solução para amenizar a alta dos preços de combustíveis na tentativa de evitar a decretação de estado de calamidade do País, medida aventada pela ala política do governo e que abriria espaço para subsídio aos combustíveis e aumento do Auxílio Brasil. O Banco Ourinvest observa que provável fluxo de recursos para o País na sexta-feira (03/06), em meio a ambiente positivo para commodities com a reabertura da China, tirou pressão sobre a taxa de câmbio. As moedas emergentes e o Real ainda devem se beneficiar pela perspectiva de que a China possa contribuir para melhora do crescimento mundial. Existe uma aparente entrada de fluxo que contribuiu para a queda do dólar. No exterior, o dólar subiu em relação seus pares, especialmente o iene e a libra esterlina, com o índice DXY voltando a ser negociado acima da linha dos 102 pontos.

A moeda norte-americana também avançou frente à ampla maioria de divisas emergentes e de países exportadores de commodities, mas com ganhos bem modestos. O Real, que vinha apanhando mais que seus pares nos últimos dias, apresentou o melhor desempenho na sexta-feira (03/06). Além da moeda brasileira, o peso chileno também se apreciou ante o dólar. A semana passada foi dominada pelos debates em torno do ritmo de ajuste da política monetária norte-americana, em meio a dados de atividade e à divulgação do relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos em maio. Foram criadas 390 mil vagas no mês passado, acima das expectativas (328 mil). A taxa de desemprego ficou estável em 3,6%. O salário médio por hora avançou 0,3% em relação a abril, levemente abaixo da previsão (+0,4%), amenizando em parte as pressões geradas pela geração de empregos.

Segundo a Veedha Investimentos, o relatório de emprego mostrou que a atividade norte-americana está forte. Existe um temor grande de como o mercado pode reagir a esse choque de redução de estímulos nos Estados Unidos, que não tem precedente histórico. Começa a perder força a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), adote uma pausa no processo de elevação de juros em setembro, após ter promovido duas altas consecutivas da taxa básica em 50 pontos-base (em junho e julho). O prolongamento da guerra na Ucrânia e as sanções ao óleo russo pela União Europeia mantêm os preços do petróleo em ascensão, o que aumenta os riscos inflacionários globais. O petróleo para agosto tipo Brent, referência para Petrobras, fechou em alta de 1,79% na sexta-feira (03/06), a US$ 119,72 por barril, tendo ultrapassado a marca de US$ 120,00 por barril ao longo do pregão.

Após a vice-presidente do Fed, Lael Brainard, afirmar que considera improvável uma pausa no processo de ajuste monetário, a presidente do Fed de Cleveland afirmou que poderá haver um aumento de 50 pontos-base da taxa básica norte-americana em setembro. É preciso de evidências robustas para ter certeza de que a inflação atingiu o pico. Ela julga apropriado elevar o juro em 0,50 ponto em cada uma das duas próximas reuniões do Fed. Segundo a JF Trust, a criação de empregos nos Estados Unidos foi impressionante e houve ganhos salariais. São sinais de que o mercado de trabalho norte-americano continua forte. A inflação está pressionada e o mercado pode precificar um prolongamento da alta dos juros norte-americanos. Porém, o Fed não deve ser muito agressivo no ajuste da política monetária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.