06/Jun/2022
Segundo a Coface, empresa francesa com atuação global no segmento de seguro de crédito, as empresas chinesas que responderam ao questionamento de uma pesquisa disseram que estão menos otimistas com as perspectivas econômicas da China. Segundo o levantamento, 44% dos entrevistados preveem aumento de suas vendas este ano, contra 65% no estudo anterior, enquanto apenas 27% acreditam em melhor fluxo de caixa em 2022, em comparação a 50% na pesquisa realizada em 2021. A Coface realiza pesquisa anual sobre pagamentos de empresas chinesas, da qual participaram este ano mais de 1 mil companhias de 13 grandes setores.
Desse total, 9 segmentos informaram que houve aumento na postergação de pagamentos, principalmente no setor de alimentos, que teve nível recorde de 29 dias de atraso, seguido pelos fabricantes de madeira, transportes e têxteis. Os dados mostraram também que mais empresas estão enfrentando atrasos ultralongos nos prazos de pagamento, ou seja, estão sem receber o que lhes é devido há mais de seis meses. A percentagem das que enfrentam essa situação subiu para 19%, em comparação a 15% em 2021. O levantamento revelou também que houve crescimento significativo (de 27% para 40% na comparação anual) de empresas que enfrentavam atrasos de longo prazo em valor equivalente a mais de 10% de seu faturamento anual.
De acordo coma experiência da Coface, 80% dos "atrasos ultralongos" nunca são pagos. As principais causas dos atrasos continuam sendo as dificuldades financeiras dos clientes, destacadas por quase três quartos dos pesquisados que indicam atrasos de pagamento. Essas dificuldades foram causadas principalmente pela maior concorrência, que afetou as margens, segundo 36% dos respondentes, e pelo aumento dos preços das matérias primas em 23% ante 10% no estudo anterior e por uma desaceleração no crescimento do mercado de trabalho em 16% contra 10%. Essa situação reflete o aumento dos preços das commodities, fonte de pressão sobre os custos operacionais que, por sua vez, afetam diretamente o fluxo de caixa das empresas.
A Coface prevê que o crescimento do PIB da China desacelere para 4,8% este ano, depois da forte alta de 8,1% em 2021, principalmente pela retração do setor imobiliário, as restrições da política de "Covid zero", a recuperação moderada do consumo e os preços mais altos das commodities. As empresas também estão menos otimistas em relação às perspectivas econômicas, com 44% dos entrevistados estimando que as vendas devem melhorar este ano, contra 65% em 2021, enquanto a proporção dos que esperam um melhor fluxo de caixa caiu quase pela metade, de 50% para 27%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.