ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

03/Jun/2022

PIB: resultado do 1º trimestre/2022 decepcionante

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o crescimento de 1,0% do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre pode ter ficado apenas levemente abaixo da mediana do mercado, mas a composição dos dados sugere um resultado muito pior do que o esperado. A combinação da demanda veio muito pior do que o esperado. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) teve uma queda retumbante de 7,2% no interanual e 3,5% na margem, e o consumo das famílias também veio mais fraco (+0,7% na margem). Em linhas gerais, os dados mostram que a inflação tem vindo muito alta para muito pouca demanda.

O resultado divulgado nesta quinta-feira (02/06) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que não há vetores que possam sustentar uma tendência de fortalecimento mais consistente da atividade. À frente, a expectativa é de um crescimento em torno de 0,4% para o PIB do segundo trimestre, com impulso de medidas fiscais como a antecipação do décimo terceiro salário de aposentados e pensionistas e a liberação de saques do FGTS, além de alguma expansão dos serviços. A partir do segundo semestre, no entanto, a tendência é de contração pronunciada da atividade, pelo aperto de condições financeiras. Alguns dados realmente vieram um pouco melhores nesse primeiro trimestre. A projeção para o PIB em 2022 é de 0,9%, mas ainda abaixo de 1,0%, porque tem mais riscos negativos do que positivos.

Para 2023, deve haver uma alta de 0,4% do PIB, que pode ser menor ou até negativa, pelo cenário de juros. Segundo o Goldman Sachs para América Latina, a atividade brasileira teve desempenho satisfatório no primeiro trimestre de 2022, mesmo diante de um significativo aperto das condições financeiras do País. É destaque a forte contribuição do setor externo para o crescimento de 1,0% do PIB brasileiro no período. A demanda doméstica final desapontou, com uma variação de -0,2% na margem (desacelerando em relação aos +0,7% do quarto trimestre), puxada pela variação de -3,5% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que foi apenas parcialmente compensada pelo aumento do consumo das famílias (0,7%) e do governo (0,1%).

As exportações líquidas adicionaram 1,32% ao crescimento real do PIB no primeiro trimestre; os estoques subtraíram 0,07%. Na comparação com o mesmo período de 2021, a economia cresceu 1,7%, abaixo da estimativa intermediária do mercado, de 2,1%. A economia brasileira foi beneficiada por uma considerável entrada de impulsos fiscais nos últimos meses, como os subsídios aos preços do diesel e gás de cozinha, a implementação do Auxílio Brasil e a autorização de saques do FGTS. À frente, ainda pode haver um desempenho forte da atividade no segundo trimestre, mas a tendência é de desaceleração atividade na segunda metade do ano.

Espera-se que o segundo semestre enfrente intensos ventos contrários, entre outras coisas, de condições financeiras domésticas muito apertadas, inflação em dois dígitos, nível recorde de endividamento das famílias, ruído e incerteza gerados pela eleição polarizada em outubro-novembro e a diluição dos impactos favorável da reabertura da economia. Além disso, a economia deve sofrer os impactos defasados de uma política monetária e condições financeiras restritivas no primeiro trimestre de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.