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03/Jun/2022

Grãos: perspectivas de liberar volumes da Ucrânia

Esforços para liberar grãos retidos pela guerra entre Rússia e Ucrânia progrediram na quarta-feira (1º/06), após um alto funcionário russo aprovar o papel da Turquia na remoção de minas na região do Mar Negro e os Estados Unidos afirmarem que trabalham para impedir que as sanções bloqueiem as exportações russas. A Organização das Nações Unidas (ONU) tem liderado discussões para encontrar uma maneira de liberar grãos e óleo de girassol retidos em portos ucranianos no Mar Negro, e levar grãos e fertilizantes russos aos mercados mundiais. Poucos veem uma solução fácil, tendo em vista a guerra entre Rússia e Ucrânia, mas autoridades da ONU estão buscando um caminho para ajudar a desacelerar a alta global dos preços de alimentos e evitar uma possível crise humanitária. Se o plano for bem-sucedido, a Turquia desempenhará um papel na remoção de minas e garantirá que os navios da marinha russa permitam a passagem segura de cargueiros para fora da Ucrânia, dizem diplomatas.

A ONU também está pedindo aos Estados Unidos que tomem medidas para evitar que grãos e fertilizantes da Rússia fiquem livres de sanções. O ministro de Relações Exteriores da Rússia que deve se reunir com representante do governo da Turquia na próxima semana. A Turquia tentará ajudar a organizar a remoção das minas dos portos ucranianos, para liberar navios que foram retidos com cargas necessárias para os países em desenvolvimento. Essa operação ocorrerá sem nenhuma tentativa de fortalecer o potencial militar da Ucrânia e causar danos à Rússia. Os detalhes serão discutidos entre representantes militares e especialistas. A Turquia não confirmou nenhum acordo, mas informou que está em negociações com a Rússia para estabelecer uma rota marítima segura para exportar alimentos da Ucrânia, com navios de guerra turcos protegendo uma rota. À princípio, a Turquia concordou, mas ainda não houve um consenso completo sobre essa questão. Um enviado da ONU vai se reunir com autoridades do governo russo para discutir a abertura dos portos ucranianos para alimentos.

Diplomatas que acompanham as negociações notaram sinais positivos, mas disseram que os detalhes da operação de transporte são complexos. Autoridades ucranianas vão querer garantias de que a remoção de minas não deixará sua costa desprotegida, enquanto a Rússia provavelmente não aceitará regras rígidas sobre suas operações navais no Mar Negro. Embora a Turquia tenha um papel internacional aceito na gestão do tráfego do Mar Negro, também é membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que apoiou a Ucrânia contra a Rússia. A Ucrânia acusou a Rússia de orquestrar deliberadamente uma crise alimentar mundial. Segundo a Ucrânia, se não for encontrada uma solução para esse desafio, o mundo terá problemas e crises alimentares em muitos países. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que cerca de 85 navios carregados com grãos no porto de Odessa não podem se deslocar por causa do bloqueio efetivo da Rússia, e que há entre 20 milhões e 25 milhões de toneladas de grãos em silos nas proximidades.

Países europeus estão procurando rotas alternativas para enviar grãos ucranianos por rios, estradas e ferrovias, mas essas rotas só poderão movimentar uma fração da quantidade que normalmente é embarcada em navios. A Ucrânia exportou 41,5 milhões de toneladas de milho e trigo na temporada 2020/2021, e mais de 95% desse volume foi enviado pelo Mar Negro. A Rússia afirmou que poderá exportar volumes significativos de grãos em troca da remoção de sanções relevantes. Autoridades dos Estados Unidos destacaram que alimentos e fertilizantes russos não estão incluídos em suas sanções contra a Rússia e que o governo norte-americano não vai cancelar as sanções à Rússia. Ainda assim, os Estados Unidos sinalizaram uma prontidão para trabalhar com países, traders e bancos que estejam hesitantes em negociar alimentos ou fertilizantes russos. Os Estados Unidos enviaram um alto funcionário ao redor do mundo para deixar isso muito claro para outros países e ajudá-los com qualquer dúvida que possam ter. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.