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02/Jun/2022

Grãos: Rússia negocia abertura de portos da Ucrânia

O chanceler da Rússia visitará a Turquia na semana que vem para discutir a liberação de grãos ucranianos dos portos do Mar Negro. O esforço pode aliviar uma crise alimentar que começa a ser sentida em várias partes do mundo. A ideia é estabelecer um corredor seguro para navios que transportam grãos. A Rússia tomou alguns portos ucranianos do Mar Negro e bloqueou outros, prendendo navios carregados de milho, trigo, sementes de girassol, cevada e aveia. Isso fez com que as exportações da Ucrânia despencassem, contribuindo para o aumento dos preços globais dos alimentos e os temores de uma fome generalizada no mundo. A Rússia argumenta que a presença de minas marítimas ao redor de Odessa, o porto ucraniano mais importante do Mar Negro, coloca qualquer operação desse tipo em risco. Mas, agora, anunciou que as minas podem ser liberadas em duas semanas.

Os obstáculos políticos colocados pela Rússia, porém, parecem mais complicados de contornar. O governo russo exige a suspensão das sanções sobre seus cargueiros e quer evitar a possibilidade de os navios de grãos ucranianos voltarem carregando armas. A Rússia culpa o Ocidente pela crise alimentar. O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, acusa a Rússia de criar deliberadamente esse problema para tirar recursos da Ucrânia. Segundo ele, o bloqueio russo impede a exportação de 22 milhões de toneladas de grãos. O conflito na Ucrânia afetou a segurança alimentar global, ampliando temores de uma crise que atingirá os países mais pobres. A Ucrânia é um dos principais exportadores de grãos do mundo, especialmente milho e trigo. A Rússia, outra potência produtora de cereais, teve a exportação limitada por sanções internacionais.

Um outro problema que afeta diretamente a produção são as bombas e foguetes russos não detonados e as minas terrestres espalhadas pelos ucranianos nos campos para conter o avanço russo, no início da ofensiva. Hoje, às vésperas do cultivo de uma nova safra, os agricultores vasculham as plantações em busca de artefatos não detonados. Quando o plantio crescer, no fim da primavera, será praticamente impossível detectá-los. Após a retirada dos russos do norte do país, militares ucranianos e empresas do setor agrícola vasculharam os campos e desarmaram vários artefatos, foguetes, bombas e mísseis. O risco de encontrar um projétil ou um foguete esquecido apresenta um desafio particular para a equipe da Agro-Region, uma das dezenas de produtores de cereais ucranianos que enfrentam obstáculos cada vez maiores, já que as exportações de grãos continuam bloqueadas pelas forças russas.

A empresa é especializada na produção de milho, trigo e soja em fazendas espalhadas pelo oeste e norte da Ucrânia. Segundo a Agro-Region, na região de Borispil, muitos funcionários permaneceram na cidade durante os bombardeios mais violentos para continuar seu trabalho. Os agricultores semeavam os campos, enquanto os funcionários vigiavam os armazéns. A empresa, que produziu cerca de 275 mil toneladas de grãos em 2021, exportou 90% de seus produtos através dos portos do Mar Negro antes do início da guerra. Agora, a empresa também enfrenta desafios logísticos no transporte, pois as ferrovias ucranianas estão constantemente ameaçadas por ataques da Rússia. Ao mesmo tempo, no leste e no sul do país, o transporte se tornou perigoso e praticamente inviável, já que a Rússia controla a maior parte do território. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.