01/Jun/2022

Segundo a plataforma online de transporte de cargas Fretebras, a contratação de fretes rodoviários do agronegócio aumentou 35,2% no primeiro trimestre em relação aos primeiros três meses de 2021. Foram analisados 2,2 milhões de fretes publicados no primeiro trimestre deste ano. O relatório revela que 37,4% das cargas registradas na plataforma da Fretebras entre janeiro e março vieram do agronegócio, que movimentou cerca de R$ 6,7 bilhões em fretes no período. Os Estados que concentraram a maior parte das viagens para atender o segmento foram Rio Grande do Sul (15,7%), Mato Grosso (12,4%) e São Paulo (11,9%). Os produtos mais transportados foram fertilizantes (23,4%), soja (13,2%) e milho (12,7%). O agronegócio está cada vez mais digitalizado, com as transportadoras e os caminhoneiros autônomos utilizando plataformas online para realizar os fretes.

O grande fator que está por trás da digitalização das rotas é a pressão da inflação sobre os custos do transporte, puxada principalmente pela alta do diesel. A contratação de autônomos usando aplicativos de frete gera economias de 20% a 30% quando comparada com frota própria, o que tem atraído o interesse do setor. No agronegócio, a rota com mais movimentações de cargas por meio da plataforma da Fretebras no primeiro trimestre foi entre São Borja (RS) e Rio Grande (RS), com 1.453 fretes. Em seguida está o trecho entre Primavera do Leste (MT) e Rondonópolis (MT), com 1.196 fretes. Também se destacam as rotas entre Tupanciretã (RS) e Rio Grande (RS), com 1.107 fretes, São Luiz Gonzaga (RS) e Rio Grande (RS), com 925 fretes e Santa Rosa (RS) e Rio Grande (RS), com 904 fretes.

O relatório da Fretebras analisou também a movimentação de fretes nos portos de Paranaguá (PR), Rio Grande (RS) e Santos (SP), que juntos representam cerca de um quarto de toda a carga que entra e sai do Brasil. O Paraná sempre foi o Estado mais representativo no transporte de fertilizantes pelo alto volume de importações realizadas pelo porto de Paranaguá. Porém, a representatividade do Estado caiu 9,7% (de 28,9% para 19,2%) no primeiro bimestre de 2022 na plataforma da Fretebras. Do lado oposto, Minas Gerais registrou, no período, aumento de 6% na sua representatividade dos fretes de adubo na plataforma, chegando a 19%. O volume de fretes do produto cresceu 63,2% no primeiro bimestre. No caso das exportações, a soja e o trigo tiveram destaque.

O dólar forte e o aumento do preço internacional das commodities fazem com que a exportação da soja seja atrativa e uma possível via para compensar a quebra da safra. A oleaginosa foi o principal item escoado pelo Porto de Paranaguá (PR) e registrou um aumento de 130% no volume de fretes na plataforma. No Porto de Santos (SP), o aumento foi de 182% no período em comparação com o ano anterior. Quanto ao trigo, a redução das safras de Estados Unidos, Rússia e Canadá, seguidas da guerra entre Rússia e Ucrânia, fez com que o preço da commodity aumentasse, tornando as exportações mais atrativas para o produtor. Na plataforma da Fretebras, o trigo se destacou no Porto de Rio Grande (RS), com um aumento de 11.289%, totalizando 18.627 fretes no primeiro bimestre de 2022. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.