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01/Jun/2022

Desemprego: taxa tem recuo no trimestre até abril

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira (31/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 10,5% no trimestre encerrado em abril. Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,8%. No trimestre encerrado em março de 2022, a taxa de desocupação estava em 11,1%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.569,00 no trimestre encerrado em abril. O resultado representa queda de 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 242,948 bilhões no trimestre até abril, alta de 1,9% ante igual período do ano anterior. No trimestre terminado em abril, faltou trabalho para 26,096 milhões de pessoas no País. A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu de 23,9% no trimestre até janeiro para 22,5% no trimestre até abril.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até abril de 2021, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 29,6%. A população subutilizada caiu 6,0% ante o trimestre até janeiro, 1,662 milhão de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até abril de 2021, houve um recuo de 22,5%, menos 7,571 milhões de pessoas. O País registrou uma abertura de 1,083 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. A população ocupada alcançou um recorde de 96,512 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril de 2022. Em um ano, mais 9,036 milhões de pessoas encontraram uma ocupação. A população desocupada diminuiu em 699 mil pessoas em um trimestre, totalizando 11,349 milhões de desempregados no trimestre até abril. Em um ano, 3,840 milhões deixaram o desemprego.

A população inativa somou 64,946 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, 8 mil a mais que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente encolheu em 3,606 milhões de pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) passou de 55,3% no trimestre encerrado em janeiro para 55,8% no trimestre até abril. No trimestre terminado em abril de 2021, o nível da ocupação era de 51,1%. O Brasil registrou 4,451 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em abril. O resultado significa 303 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em janeiro, um recuo de 6,4%. Em um ano, 1,451 milhão de pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 24,6%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

A taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 6,8% no trimestre até abril de 2022, ante 7,3% no trimestre até janeiro. Em todo o Brasil, há 6,559 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior. Na passagem do trimestre até janeiro para o trimestre até abril, houve um recuo de 369 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 730 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano. O trimestre encerrado em abril de 2022 mostrou uma abertura de 690 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, 3,659 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 35,247 milhões no trimestre até abril, enquanto as que atuavam sem carteira assinada alcançaram um recorde de 12,474 milhões, 91 mil a mais que no trimestre anterior.

Em relação ao trimestre até abril de 2021, foram criadas 2,151 milhões de vagas sem carteira no setor privado. O trabalho por conta própria perdeu 30 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,546 milhões. O resultado significa 1,716 milhão de pessoas a mais atuando nessa condição em relação a um ano antes. O número de empregadores aumentou em 110 mil em um trimestre. Em relação a abril de 2021, o total de empregadores é 414 mil superior. O País teve um aumento de 148 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,769 milhões de pessoas. Esse contingente é 1,066 milhão maior que no ano anterior. O setor público teve 121 mil ocupados a mais no trimestre terminado em abril ante o trimestre encerrado em janeiro. Na comparação com o trimestre até abril de 2021, foram abertas 69 mil vagas. A agricultura foi o único setor que registrou fechamento de vagas no trimestre encerrado em abril, com 148 mil demissões em relação ao trimestre terminado em janeiro.

Na passagem do trimestre terminado em janeiro para o trimestre encerrado em abril houve geração de vagas nas atividades: comércio (32 mil ocupados), indústria (128 mil), construção (74 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (110 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (251 mil), serviços domésticos (151 mil), outros serviços (233 mil ocupados), alojamento e alimentação (72 mil) e transporte (152 mil). Em outros serviços, o segmento de embelezamento teve expansão bastante importante. Também se destaca transporte, correio e armazenagem, e, dentro do grupo grande de administração pública, saúde e educação, é destaque a parte da educação. É tanto a educação pública quanto a privada gerando vagas. Em relação ao patamar de um ano antes, houve ganhos em todas as atividades. A agricultura admitiu 55 mil trabalhadores, e a administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais contratou 562 mil trabalhadores a mais.

A construção contratou 940 mil, o comércio absorveu 2,227 milhões. Alojamento e alimentação abriu 1,202 milhão de vagas, e serviços domésticos ganharam 1,076 milhão de trabalhadores. A indústria contratou 1,076 milhão de funcionários, enquanto o setor de informação, comunicação e atividades financeiras absorveu 446 mil. Transporte ganhou 525 mil vagas, e outros serviços admitiram 903 mil pessoas. A massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 4,425 bilhões no período de um ano, para R$ 242,948 bilhões, uma alta de 1,9% no trimestre encerrado em abril de 2022 ante o trimestre terminado em abril de 2021. Na comparação com o trimestre terminado em janeiro, a massa de renda real subiu 1,3%, com R$ 3,185 bilhões a mais. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve elevação de 0,1% na comparação com o trimestre até janeiro, apenas R$ 3 a mais, para R$ 2.569. Em relação ao trimestre encerrado em abril do ano passado, a renda média caiu 7,9%, R$ 221 a menos.

A renda média estagnada próxima ao patamar mais baixo da série histórica se deve a uma dificuldade de reposição da inflação aos salários, o que corrói o poder de compra de todos os trabalhadores, mas também à abertura de vagas com remunerações mais baixas, mesmo com o avanço da carteira assinada. Na passagem do trimestre terminado em janeiro para o trimestre até abril, a queda no rendimento de trabalhadores do setor público foi o que puxou para baixo a renda média do trabalho como um todo. Houve influência da falta de reposição da inflação nos contratos de servidores públicos em geral, porém, o movimento de queda na renda média da categoria foi explicado, principalmente, pela contratação de trabalhadores com vínculos temporários para a educação pública com salários mais baixos, sobretudo via prefeituras. Essa maior entrada de trabalhadores na parte de educação, no caso de educação pública, contribui realmente para uma retração do rendimento para o setor público.

O País alcançou uma taxa de informalidade de 40,1% no mercado de trabalho no trimestre até abril de 2022. Foram registrados 38,523 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, houve uma elevação de 210 mil pessoas atuando como trabalhadores informais. A geração de vagas no período totalizou 1,083 milhão, ou seja, foi puxada por ocupações formais. Parte significativa da expansão da ocupação neste trimestre veio via trabalho formal. A geração de vagas com carteira de trabalho assinada tem sido importante tanto do ponto de vista quantitativo, porque aumenta o número de pessoas trabalhando, quanto qualitativo, contribuindo também sob a perspectiva da qualidade do trabalho. Com o aumento no trabalho formal, o contingente de trabalhadores contribuindo para a Previdência Social subiu ao recorde de 60,977 milhões no trimestre encerrado em abril. No entanto, eles ainda eram apenas 63,2% da população ocupada no período. Isso ocorre porque o mercado de trabalho ainda tem um contingente bastante expressivo de trabalhadores informais.

O mercado de trabalho manteve a tendência de redução na taxa de desemprego, puxada por um processo contínuo de geração de vagas. A taxa de desemprego ficou em 10,5% no trimestre terminado em abril ante 11,1% no trimestre encerrado em março de 2022. O resultado foi o mais baixo para este período do ano desde 2015, quando era de 8,1%. A queda na taxa de desocupação está relacionada a um processo contínuo, repetido, de expansão da ocupação. A população ocupada vem se expandindo mês a mês, contrariando até tendências sazonais de fechamento de vagas, como costuma ocorrer no início do ano em decorrência da tradicional dispensa de trabalhadores temporários. A manutenção do processo de absorção de mão de obra vem ocorrendo em diversas atividades econômicas, provavelmente em decorrência tanto da economia mais aquecida como da normalização do cenário sanitário, com a melhora da pandemia de Covid-19. Provavelmente é uma combinação das duas variáveis. Em apenas um trimestre, houve abertura de 1,083 milhão de postos de trabalho, para um montante recorde de 96,512 milhões de pessoas trabalhando.

O total de desempregados encolheu em 699 mil pessoas, embora ainda haja 11,349 milhões de brasileiros procurando trabalho. É possível que a queda nos salários individuais esteja motivando que mais pessoas na família busquem trabalho para recompor a renda domiciliar perdida. Embora essa população ocupada seja recorde, o nível da ocupação não é. É importante ter em mente essa perspectiva com relação a esses indicadores. O nível da ocupação, que mostra a proporção de pessoas trabalhando na população em idade de trabalhar, subiu a 55,8% no trimestre encerrado em abril, mas já alcançou um pico de 58,5% ao fim de 2013. Ou seja, a população ocupada é recorde, mas cresceu aquém da população em idade de trabalhar. É um indicativo ter a taxa de desocupação alta e contingente importante de desocupados. Há um contingente expressivo de pessoas ocupadas, o nível da ocupação vem aumentando, mas ainda está distante do que era anteriormente. O Brasil ainda tem uma população desocupada de mais de 11 milhões de pessoas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.