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31/Mai/2022

Plano Safra 2022/2023: necessário elevar recursos

Segundo o Santander, a redução do percentual dos depósitos compulsórios que ficam retidos no Banco Central para garantir a estabilidade do sistema financeiro no País poderia ir contra a política monetária de controlar juros e inflação. O compulsório faz parte da política monetária do governo, aliado ao controle de juros para segurar a inflação. O pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) tem tudo a ver com o momento atual (para obter mais recursos, num cenário de dinheiro escasso, para financiar o Plano Safra 2022/2023). Entretanto, aumentar a liquidez do sistema bancário, colocando mais dinheiro no País, não alimenta só a agricultura, mas o mercado como um todo, e isso vai contra a política de subida dos juros para controlar a inflação.

Mas, de fato, a agricultura precisa de mais recursos para financiar o crédito no Plano Safra 2022/2023, que se inicia oficialmente em 1º de julho. A questão é saber como controlar juros e inflação (com mais dinheiro no sistema). Isso vai contra a política anticíclica que está atualmente em vigor. Essa explanação se refere à proposta recentemente apresentada pela CNA, de reduzir a percentagem dos depósitos compulsórios que os bancos têm de manter no Banco Central, a partir de recursos de depósitos de correntistas, a fim de garantir a segurança e liquidez do sistema financeiro. A CNA sugere que, no caso da poupança, o percentual retido no Banco Central saia de 20% para até 15%.

Se o corte fosse para 15%, poderiam ser liberados R$ 69,6 bilhões dos depósitos à vista feitos pelos correntistas e da poupança. Só da poupança, o montante liberado seria de R$ 50,4 bilhões. Para o Banco do Brasil, existe a consciência de que o Plano Safra tem que ser robusto e ter um volume de recursos que atenda ao aumento de custos e insumos, além do aumento da produção. Já a questão dos depósitos compulsórios é tema de política econômica e o governo vai avaliar se a redução dos depósitos obrigatórios no Banco Central é plausível diante de um cenário de inflação e até que ponto é possível usar esta fonte de recursos para compor o próximo Plano Safra.

O Bradesco concordou com ambos e complementou: a oferta de recursos que vem dos direcionados é uma parte daquilo que os bancos já fazem de financiamento para o agronegócio. Bradesco, Santander e Banco do Brasil têm recursos próprios, de tesouraria para ampliar o portfólio de investimentos no agronegócio. Apesar de haver os recursos subsidiados do Plano Safra, com juros equalizados pelo Tesouro Nacional, o agronegócio brasileiro não vai deixar de precisar de mais recursos que os bancos privados e os bancos vão continuar ofertando e ampliando. Não é a fonte mais barata, mas é a que de fato sustenta o crescimento.

Segundo o Banco do Brasil, as propostas do setor agropecuário, encampadas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pela Organização das Cooperativas Brasileira (OCB), entre outras entidades, para elevar os recursos do crédito rural na Safra 2022/2023 têm mérito e pensam na agricultura e na economia. São propostas que demonstram um esforço de propor ao governo algumas opções para aumentar o volume de recursos para financiar a safra. Independentemente de as propostas apresentadas pelo agronegócio serem acatadas ou não pelo governo federal, os bancos têm que estar preparados para o dia 1º de julho, que é quando se inicia o Plano Safra 2022/2023.

Para operar de acordo com a flexibilidade que vier a ser definida pelo governo, tendo ou não modificação do percentual de depósitos compulsórios no Banco Central e a distribuição dos recursos para equalização das taxas de juros. Quanto antes esse processo dentro do governo puder se concluir, melhor para os bancos. Cabe ao governo encontrar o melhor mix de recursos que permita ao Brasil aproveitar o bom momento da produção de alimentos. A conjuntura mundial é favorável ao agro brasileiro, os produtores estão investindo e querem aumentar a área, principalmente de trigo, milho e soja. Cabe ao governo encontrar quanto será este Plano Safra robusto e que atenda a essa possibilidade, considerando, ainda, o aumento de custo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.