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31/Mai/2022

América Latina e a importância da agenda climática

O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e a KAS-EKLA realizaram, na semana passada, a conferência “A Agenda Climática como Eixo Central da Política Externa na América Latina”. Especialistas de Brasil, Peru, Colômbia e Chile ressaltaram a importância de uma agenda climática integrada para promover o desenvolvimento econômico sustentável e o bem-estar social no continente. Segundo os participantes, a agenda climática influencia na promoção da saúde e geração de empregos e, portanto, faz parte da pauta dos candidatos às eleições deste ano. O meio ambiente está no centro da disputa de poder da nova geopolítica mundial. A agenda climática, que começou a ser construída na Rio-92, há 30 anos, não é um tema de direita ou esquerda, muito menos um tema separado da agenda econômica atualmente. Agenda climática representa poder econômico, político e tecnológico. Segundo a Fundação Konrad Adenauer (KAS), a ideia da conferência foi de abrir um espaço de diálogo para maior integração entre os países da América Latina. A região tem um enorme potencial energético e sustentável.

A elaboração de políticas públicas regionais e globais de cooperação em um momento crítico para todo o mundo é fundamental. Foi destacada a importância da diplomacia na implementação de políticas públicas colaborativas. Não é possível continuar com uma mentalidade do século XX. A diplomacia deve tratar a questão ambiental como elemento central de política externa e se aproximar cada vez mais dos cientistas. O valor da tonelada no mercado de carbono não é competitivo para determinados setores econômicos nos países da América Latina. Os governos da região, especialmente os países fronteiriços da região amazônica, deveriam criar uma regulação e dar incentivos para se beneficiarem do mercado de carbono na transição energética nos próximos anos. Foi ressaltada a importância de melhor uso do solo, combate eficaz ao desmatamento e de uma melhor governança política e planejamento conjunto dos países da região. A agenda climática era periférica na política externa da região, mas hoje é um tema estratégico e de longo prazo. Há uma demanda imediata da sociedade.

Meio ambiente está totalmente ligado à economia, à geração de empregos e à promoção da saúde pública. A Rio-92, realizada há 30 anos, foi um marco para colocar a agenda climática na pauta de discussões. Agora, a agenda climática é central para a economia dos países, sobretudo os desenvolvidos. É preciso trazer este tema para as eleições, falar com o cidadão comum, e numa linguagem mais acessível. No Chile e na Alemanha o tema climático definiu as eleições. No Brasil, deveria acontecer o mesmo. Mais de 2 milhões de jovens tiraram título de eleitor no Brasil este ano. Os jovens vão votar pensando nessa agenda, porque é a mesma agenda de saúde e renda, e não uma agenda separada. Todos os candidatos estarão atentos, porque dá voto. A mudança climática não ocorre sem envolvimento, inclusão política e participação da sociedade. Há preocupação com um movimento de militarização na Amazônia. É importante que haja uma cultura colaborativa entre os países para promoção da segurança energética e agroalimentar na América Latina, isso deve ser prioridade para a política externa do continente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.