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30/Mai/2022

Dólar fecha em baixa por três pregões consecutivos

O dólar emendou na sexta-feira (27/05) o terceiro pregão consecutivo de queda, rompeu o piso de R$ 4,75 e encerrou a semana, marcada por retorno mais forte do apetite ao risco no exterior, com desvalorização de 2,79%. Uma vez mais, o mercado doméstico de câmbio acompanhou a onda de enfraquecimento global da moeda norte-americana, sobretudo em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities. À medida que se cristaliza a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) será comedido no ajuste da política monetária, investidores voltam as Bolsas atrás de pechinchas e reduzem posições em dólar no Brasil e no exterior. Esse movimento começou com a ata do Fed, no dia 25 de maio, continuou na quinta-feira (26/05) com a divulgação da segunda leitura do PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre e foi reforçado hoje com dados de inflação e gastos ao consumo norte-americano em abril.

O mercado parece operar a redução dos temores de uma forte desaceleração da atividade nos Estados Unidos com níveis ainda elevados de inflação, a estagflação. A busca ao risco é amparada pela percepção de que, a despeito do aperto das condições financeiras, a economia norte-americana vai experimentar um pouso suave. Há apostas de que o Fed poderá promover mais duas altas de 50 pontos-base na taxa básica e, em seguida, adotar uma pausa para acompanhar os indicadores econômicos. Segundo a W1 Capital, o PIB dos Estados Unidos abaixo do esperado e a inflação um pouco menos pressionada corroboraram essa visão do mercado de que o Fed não vai ter que subir tanto os juros. Havia um espaço para um movimento de recuperação dos ativos de risco, uma vez que as Bolsas em Nova York vinham de sete semanas seguidas de baixa e o dólar havia se fortalecido muito no exterior. Afora uma alta pontual, atribuída por operadores a movimentos de ajustes e realização de lucros, o dólar trabalhou em queda ao longo de toda a sessão.

As mínimas vieram no início da tarde de sexta-feira (27/05), em sintonia com o exterior, quando a moeda tocou o piso de R$ 4,71. No fim da sessão, o dólar recuava 0,49%, e fechou a R$ 4,73. Com isso, a moeda fechou a semana passada com baixa de 2,79%, após ter perdido 3,63% na semana anterior. Em maio, o dólar acumula desvalorização de 4,14%. No ano, perde 15,02%. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) operou em queda, embora comedida, praticamente ao longo de todo o pregão e fechou em baixa de 0,16%, aos 101,668 pontos. Na semana passada, o recuo foi de 1,44%. O índice de preços de gastos com consumo nos Estados Unidos (PCE), medida de inflação preferida pelo Fed, subiu 6,3% em abril na comparação anual, após alta de 6,6% em maio. A renda pessoal norte-americana cresceu 0,4% em abril, pouco abaixo do esperado (0,5%). Já os gastos com consumo subiram 0,9% no mesmo intervalo, superando expectativas (+0,7%). Além disso, os gastos com consumo em março foram revisados de alta de 1,1% para 1,4%.

Segundo a Terra Investimentos, os últimos dados apoiam a visão de um Fed mais 'dovish', o que faz com que todas as moedas emergentes se recuperem em relação ao dólar. O fato de o Brasil ter saído na frente no ciclo de ajuste da política monetária e ter uma taxa de juros mais elevada ajuda ainda mais o Real em momentos de maior apetite ao risco. Para a W1 Capital, a queda do dólar na semana passada não pode ser vista como uma tendência. A inflação norte-americana ainda está em níveis muito elevados e que há dúvidas se o Fed conseguirá domá-la sem levar a uma desaceleração mais forte da atividade. As incertezas são grandes. Há também a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China. Não dá para saber se esse movimento de queda do dólar vai se estender. Do ponto de vista doméstico, em algum momento as eleições presidenciais tendem a exacerbar a volatilidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.