ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Mai/2022

Dólar avança após três sessões seguidas de baixa

Após três pregões consecutivos de queda, em que acumulou baixa de 3,55%, o dólar encerrou a sessão desta terça-feira (24/05) em leve alta, no patamar de R$ 4,81. O pregão foi marcado por muita instabilidade, com a divisa trocando de sinal ao longo do dia, em meio à oscilação da moeda norte-americana no exterior e a ajustes de posições no mercado futuro local. O dólar desceu até a mínima de R$ 4,77 (-0,60%), com ambiente positivo para commodities e valorização de divisas emergentes pares do Real. Houve também relatos de fechamento de câmbio por exportadores. A alta de 0,59% do IPCA-15 de maio leva o mercado a projetar extensão do ciclo de aperto monetário e taxa Selic perto de 14%, o que, em tese, aumenta a atratividade das operações de carry trade (que exploram diferencial de juros entre países). A onda vendedora perdeu força e o dólar não só trocou de sinal como correu até a máxima de R$ 4,85 (+1,00%), com investidores ajustando posições diante da piora do ambiente externo.

As taxas dos Treasuries acentuaram a queda após dados fracos do mercado imobiliário norte-americano reacenderem temores de recessão nos Estados Unidos. Depois de oscilar entre R$ 4,79 e R$ 4,82, o dólar encerrou cotado a R$ 4,81, em alta de 0,14%. Segundo a Ourominas, esta terça-feira (24/05) foi marcada por muita volatilidade, o que mostra um mercado sem convicção e mais suscetível a operações especulativas intraday. Não houve um fato que pudesse indicar uma tendência para o dólar. Nem mesmo o IPCA-15, que sugere provavelmente mais altas da taxa de juros, mexeu muito com o mercado. Após o movimento recente de queda do dólar, a taxa de câmbio tenta encontrar um patamar de acomodação. Contam a favor do Real a taxa de juros doméstica alta e provável manutenção de preços das commodities em níveis elevados, com relaxamento de medidas sanitárias na China e disposição do governo chinês em estimular a atividade. De outro lado, episódios de aversão ao risco, diante de temores de estagflação, e um dólar globalmente forte em razão da alta de juros nos Estados Unidos jogam contra a moeda brasileira.

Por ora, a corrida presidencial ainda não tem papel relevante na formação da taxa de câmbio, mas analistas dizem que a volatilidade deve aumentar à medida que o pleito se aproximar. O índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes) operou em queda firme, ao redor dos 101,700 pontos, em nova rodada de valorização do euro e busca pelo iene. O Banco Central Europeu (BCE) afirmou, no Fórum Econômico Mundial em Davos, que a instituição não tem pressa em subir os juros. Contudo, a política monetária da zona do euro está em um ponto de inflexão. As perspectivas são de uma primeira alta dos juros na região em julho, após o BCE encerrar seu programa de compra de ativos. Para a Western Asset, a apreciação recente do Real se deu sobretudo pelas notícias positivas vindas da China, com reabertura econômica e anúncio de estímulos monetários e fiscais. O ambiente externo, contudo, ainda é conturbado com a perspectiva de ajuste mais rápido da política monetária americana e seus possíveis impactos na atividade.

As vendas de moradias novas nos Estados Unidos caíram 16,6% em abril na comparação com março, bem acima da previsão dos analistas (-1,7%). O índice de gerentes de compras (PMI) composto dos Estados Unidos, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 56 em abril para 53,8 em maio, atingindo o menor nível em quatro meses, embora ainda indique expansão. Houve um movimento de fuga do risco nesta terça-feira (24/05), com as taxas dos Treasuries caindo e as bolsas em Nova York sem força. A nova postura do BCE contribuiu para dar algum alento ao euro e abriu espaço para uma moderação do índice DXY, após uma rodada de fortalecimento. O patamar dos preços das commodities e a taxa de juros doméstica elevada justificam uma taxa de câmbio no patamar de R$ 4,80, mas não dão sustentação a apostas de que a divisa possa retornar a R$ 4,60. Além do ambiente externo conturbado, com dúvidas sobre a extensão do aperto monetário nos Estados Unidos e o fôlego da economia chinesa, há ainda a incerteza provocada pelas eleições. Não parece que o dólar vai passar imune pelo debate eleitoral. Deve haver muita volatilidade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.