25/Mai/2022

De dois anos para cá, primeiro por causa da pandemia de Covid-19 e, mais recentemente, com a disparada de preços globais de alimentos, reflexo da guerra na Ucrânia, pelo menos 35 países adotaram algum limite para a exportação de commodities agropecuárias. O que está ocorrendo agora com os preços de alimentos encontra um "forte paralelo" com a crise global de cotações desses produtos na primeira década dos anos 2000. A Índia é um exemplo recente de restrição de exportação de alimentos.

O país, que costuma ser o quarto exportador mundial de trigo, anunciou, no sábado retrasado, veto às vendas externas do cereal. Isso afetou imediatamente os preços do trigo, que subiram 6% logo que os mercados abriram na segunda-feira seguinte. A Indonésia, que contribui com 65% das exportações globais de óleo de palma, também restringiu suas exportações da commodity. Essa decisão também fez explodirem os preços de óleos vegetais.

Como agravante neste cenário e indicador de que os preços de alimentos devem subir mais ainda é a quebra de safra de trigo na China, que está entre as piores de todos os tempos. As altas temperaturas na Índia, que atingiram 45°C entre março e abril e atingiram em cheio o cinturão de trigo. Até as restrições impostas pelos indianos, a safra de trigo da Índia chegou a compensar alguns "buracos" deixados pela Ucrânia, que também é grande exportador, além do Canadá, que também sofreu com o clima em suas lavouras.

Outro importante alimento que está sendo afetado por causa do conflito entre Rússia e Ucrânia é o óleo de girassol, cujo fornecimento global depende, em dois terços, desses dois países. O conflito na Ucrânia danificou portos e a estrutura agrícola do país e isso limitará suas exportações de alimentos por um bom tempo. As exportações ucranianas caíram de 5 milhões de toneladas por mês para 500 mil toneladas por mês; isso sem falar no trigo estocado nos portos da Ucrânia e que a Rússia não deixa sair. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.