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25/Mai/2022

Seguro Rural impulsiona setor de seguros no Brasil

De acordo com o balanço estatístico da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), o setor de seguros teve arrecadação de R$ 82,2 bilhões no primeiro trimestre deste ano, entre prêmios de seguros, contribuições de previdência e faturamento com a capitalização. O número representa um crescimento de 15,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre os seguros de maior monta, os destaques foram os seguros rurais, que cresceram 50,3%; os de automóveis, com expansão de 23%; e o segmento de cobertura de pessoas, que cresceu 12,4%. Nos de menor participação no total, o de viagens apresentou salto de 219%, com a retomada do turismo diante do controle da pandemia de Covid-19. A maior demanda impulsionou vários ramos, mas é difícil distinguir procura e repasse da inflação. Não foi possível, por ramos, saber quanto foi repasse e quanto foi aumento de demanda.

Em alguns é mais fácil: em viagem, é aumento de demanda mesmo. No período, o IPCA acumulou alta de 11,3%. Outros ramos têm acompanhado a reabertura da economia. O patrimonial também tem um aumento de demanda. Tem a ver com a atividade e a retomada de obras. No seguro rural, o fator determinante foi a quebra de safras agrícolas por causa da seca na Região Sul entre dezembro e fevereiro, que aumentou a busca por proteção. A exceção negativa veio do segmento de garantia estendida, em que a arrecadação, no trimestre, foi 8,3% menor que no mesmo período do ano passado. Isso é um reflexo da corrosão da renda da população pela inflação, que tem reduzido a demanda por bens duráveis no varejo, como os eletrodomésticos. Em um momento em que o salário real é corroído pela inflação, isso vai impactar na garantia estendida.

No mês de março, o setor mostrou aceleração: cresceu 19% em relação ao mesmo mês de 2021, com destaque para os seguros patrimoniais (+37,2%), transportes (+30,1%) e automóvel (+27,4%). De janeiro a março, o setor pagou R$ 58,7 bilhões em indenizações, benefícios, sorteios e resgates, alta de 34,5% em base anual. O setor tem vivido um ciclo de pressão sobre as indenizações em alguns ramos, como o de automóveis, cujos preços têm subido, e o de saúde. Em automóvel, o setor espera um arrefecimento da pressão dos sinistros ainda neste trimestre. A expectativa é de que a tabela Fipe comece a se estabilizar a partir de junho (na publicação referente a maio). Isso deve estabilizar também as indenizações no automóvel. No ramo de saúde, ainda há um acúmulo de ciclos com procedimentos eletivos que foram adiados ao longo da pandemia sendo feitos ao mesmo tempo em que a movimentação do dia a dia em clínicas e hospitais ocorre.

No último trimestre do ano passado e no primeiro trimestre deste ano ainda, o setor foi muito afetado por essa sobreposição de sinistros, mas deve chegar ao segundo semestre deste ano com o processo concluído. O que mais preocupa o setor é a discussão em torno do reajuste dos planos de saúde individuais, determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No ano passado, o reajuste foi negativo em 8,2%. Neste ano, o setor estima um aumento de 15%. Na soma dos dois anos, o reajuste vai ficar muito abaixo da inflação. A pandemia elevou consideravelmente os custos do setor. O ciclo de alta do seguro rural, que teve um salto nos pedidos de indenização no primeiro trimestre, está mais próximo do fim que os demais citados. Desde o começo do ano, o volume de indenizações foi alto: chegou a R$ 7,1 bilhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.