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23/Mai/2022

Rússia não autoriza embarques de grãos da Ucrânia

A Rússia rejeitou os pedidos de altos funcionários da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Ocidente para suspender o bloqueio no Mar Negro, que vem impedindo a Ucrânia de exportar grande parte de seus grãos para os mercados mundiais. Esse bloqueio está causando aumentos de preços e agravando a escassez de alimentos. Segundo o governo russo, o aumento dos preços de alimentos foi causado por sanções Ocidentais contra a Rússia e outros fatores, e não pela guerra de quase três meses na Ucrânia. Ele não atendeu aos pedidos para negociar o embarque de grãos de Odessa e outros portos ucranianos. A Rússia não vai facilitar os embarques de grãos nem reconhece seu papel na interrupção do comércio na região do Mar Negro.

Em vez disso, atribui os problemas de oferta de alimentos ao efeito da pandemia de Covid-19 nas cadeias de suprimentos, ao clima, a guerras comerciais, sanções, especulação de investidores ocidentais e até mesmo aos esforços de nações industrializadas de afastar suas economias dos combustíveis fósseis. Autoridades ocidentais vêm buscando isolar a Rússia diplomaticamente na ONU e em outros fóruns internacionais. Ainda assim, o assento permanente do país no Conselho de Segurança lhe dá direito de veto contra quaisquer resoluções vinculantes para interromper a guerra na Ucrânia, fornecer ajuda humanitária ou liberar o transporte de alimentos. Ao mesmo tempo, a Rússia aumentou sua presença naval no Mar Negro, capturando portos ucranianos e bloqueando o comércio em Odessa. Vinte milhões de toneladas de grãos estão em silos ucranianos enquanto a oferta global de alimentos diminui. A produção de grãos na Rússia cresceu nas últimas décadas e o país agora enxerga os alimentos como uma alavanca diplomática.

O secretário geral da ONU está se reunindo com autoridades da Rússia, Turquia e Ucrânia na esperança de negociar uma rota marítima para permitir a exportação de grãos da Ucrânia. Em troca, ele ajudaria a facilitar as exportações de fertilizantes da Rússia e de Belarus. O objetivo é chegar a um acordo que permita à Ucrânia exportar alimentos, não apenas por trem, mas pelo Mar Negro, e leve a produção russa de alimentos e fertilizantes aos mercados mundiais, sem restrições. A Rússia vem tentando isolar a costa da Ucrânia como parte de seu esforço de guerra. Ao mesmo tempo, a ONU e autoridades dos Estados Unidos estão estudando outra possível rota para as exportações de grãos ucranianos: pelo norte por ferrovia, de Belarus até o porto lituano de Klaipeda. Como incentivo ao líder belarusso Alexander Lukashenko, as autoridades estão considerando suspender por seis meses as sanções à indústria de fertilizantes à base de potássio do país.

O governo norte-americano impôs essas sanções no ano passado, em resposta ao papel desempenhado pelo país em uma crise migratória e à repressão da oposição política doméstica. A rota ferroviária de Belarus e outras possíveis rotas terrestres e fluviais na Europa não serão suficientes para movimentar os milhões de toneladas de grãos que a Ucrânia exporta anualmente. Essa mudança daria conta de apenas 10% do volume exportado antes da guerra, o que não é o suficiente. Autoridades da ONU esperam que os esforços para levar potássio de Belarus e da Rússia ao mercado ajudem as safras de grãos de fora da região. Os Estados Unidos e seus aliados alegam que a Rússia está dificultando suas próprias exportações de fertilizantes, apontando que as sanções norte-americanas à Rússia permitem o comércio de fertilizantes e outras necessidades humanitárias e agrícolas. Não há nenhuma sanção direcionada ao setor de alimentos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.