ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

20/Mai/2022

Plano Safra 2022/2023: BB busca elevar recursos

O Banco do Brasil espera receber mais da metade dos R$ 21,8 bilhões solicitados pelo setor agropecuário ao Ministério da Agricultura para subvenção das taxas de juros do próximo Plano Safra, 2022/2023. Na safra atual, 2021/2022, o Banco do Brasil ficou com cerca de metade dos R$ 13 bilhões liberados pelo Tesouro Nacional para equalização. Com eles, desembolsou R$ 43,6 bilhões em financiamentos com taxas subvencionadas, de um total de R$ 89 bilhões anunciados pelo governo. A expectativa é receber mais, tendo em vista o peso do Banco do Brasil nos desembolsos ao setor, especialmente para produtores pessoa física, o plano de reduzir spreads das cinco linhas com taxas subvencionadas, além do aumento da demanda por dinheiro decorrente da alta dos insumos e outros custos. Todas as instituições financeiras já apresentaram propostas. A proposta do Banco do Brasil considera a demanda, portanto a necessidade de mais recursos, e um passo muito importante, de uma redução de spread, o famoso CAT (custos administrativos e tributários).

No ano passado o banco reduziu o spread de três de um total de cinco linhas e agora está reduzindo em todas as cinco linhas. Levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que consta da proposta da entidade para o Plano Safra 2022/2023 mostra que o Banco do Brasil reduziu os spreads em três linhas que têm como fonte os depósitos em poupança rural: Pronamp Custeio, de 6,10% para 6,00% ao ano; Pronamp Investimento, de 3,60% para 3,45%, e (agricultura) Empresarial, de 6,00% para 5,00% ao ano. Cortar spreads das demais linhas será possível porque, desde meados de 2021, o banco adotou 15 medidas internas de simplificação e automação nos pedidos de empréstimos, que diminuíram a complexidade dos processos de linhas do Plano Safra regidas pelo Manual de Crédito Rural (MCR) do Banco Central, bem como reduziram o custo do banco. No período, foram incorporados assinatura digital de documentos, captura eletrônica de certidões, redução do número de critérios de aprovação de crédito de 47 para sete, entre outras ações.

O recuo da inadimplência no setor, de 1% em março de 2021 para 0,6% em março deste ano, também ajuda a cobrar spreads mais baixos dos produtores. O índice do agro é inferior ao de outros segmentos atendidos pelo banco, como pessoas físicas em geral, cuja inadimplência subiu de 2,99% para 3,82% no mesmo período, e pessoas jurídicas, que caiu de 1,83% para 1,26% em um ano. É possível reduzir o spread em todas as linhas do Plano Safra em mais de um dígito. Outro argumento para que o banco receba a maior parcela dos recursos para equalização é sua capilaridade e estrutura para distribuir o dinheiro, especialmente para pequenos agricultores, foco do Ministério da Agricultura desde o Plano Safra passado. Da carteira de agro do Banco do Brasil, 89% são produtores pessoa física e destes, a maior parte de agricultores familiares. Além disso, de todo o crédito rural concedido a pessoas físicas no País, 59% é do Banco do Brasil, que possui hoje a maior carteira de crédito concedido pelo Pronaf, programa focado na agricultura familiar. Até 31 de março, ela somava R$ 51,6 bilhões.

De julho do ano passado a abril deste ano, o Banco do Brasil fechou 292.574 contratos de Pronaf com um tíquete médio de R$ 56,308 mil. Já a carteira de empréstimos por meio do Pronamp, programa centrado nos agricultores de médio porte, alcançava R$ 19,7 bilhões. É muito importante levar em consideração a capacidade de colocar esse recurso na conta do produtor a partir de primeiro de julho. Ter participação de 59% na concessão de crédito rural para produtores pessoa física é natural porque o Banco do Brasil é quem tem estrutura de mais de 3,9 mil agências especializadas fazendo agro, acima de 4,1 mil correspondentes bancários com negócios agro, em mais de 5,3 mil municípios. Esta estrutura está instalada, não há no mercado nenhuma outra instituição com essa capacidade operacional. O número de operações contratadas somente no segundo semestre de 2021, o primeiro da safra 2021/2022, mostra a distância do Banco do Brasil em relação aos demais concorrente. Segundo dados do Banco Central, enquanto o Banco do Brasil fechou 368,3 mil contratos de crédito rural, o Sicredi travou 140 mil. Outros bancos fecharam número muito menor, abaixo de 20 mil contratos.

Para a safra 2022/2023, 24 instituições financeiras se apresentaram para operar linhas do Plano Safra com taxas de juros equalizadas. Na atual temporada, que se encerra em junho, 12 instituições financeiras operaram estas linhas: pela primeira vez, Bradesco, Caixa, Banco CNH, Credicoamo e BDMG, além das que já tinham trabalhado com linhas subsidiadas em anos anteriores, como o próprio BB, BNDES, Sicredi, Sicoob, Banrisul, Cresol e BRDE. Sobre o pedido da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ao governo federal para ampliar o percentual de depósito à vista que obrigatoriamente vai para o crédito rural (de 25% para 30%), assim como o da poupança rural (de 59% para 64%) e das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) (de 35% para 50%), a Banco do Brasil afirmou que já aplica "acima" das exigibilidades de depósitos, poupança rural e LCA. O agro brasileiro alimenta 1 bilhão de pessoas no mundo, tem um PIB de R$ 2 trilhões. Então é necessário que todas as forças se somem para gerar um bom Plano Safra 2022/2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.