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19/Mai/2022

Dólar avança após quatro sessões seguidas de baixa

Após recuar mais de 2% no dia 17 de maio, quando emendou seu quarto pregão seguido de queda e zerou os ganhos em maio, o dólar subiu na sessão desta quarta-feira (18/05) em um movimento de correção amparado pelo ambiente externo negativo. Relatos de novas medidas restritivas na China, que sustenta a política de Covid-zero, e a leitura de que os Bancos Centrais dos países desenvolvidos, em especial o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), terão que ser mais agressivos para conter a inflação preocupam os mercados. Em uma clássica fuga para a qualidade, os investidores abandonaram bolsas e correram para se abrigar na moeda norte-americana e nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Esse movimento se traduziu no Brasil em tombo do Ibovespa e alta do dólar, embora em ritmo mais moderado do que o azedume no exterior e a perda de fôlego das commodities agrícolas e metálicas poderiam sugerir.

Em alta desde a abertura dos negócios, o dólar flertou com o rompimento do patamar de R$ 5,00, mas logo perdeu fôlego. Oscilando entre os patamares de R$ 4,98 e R$ 4,99, a divisa encerrou cotada a R$ 4,98, em alta de 0,80%. A elevada taxa de juros doméstica, que atrai capitais de curto prazo para "carry trade" e torna custosa aposta comprada em dólar, daria certo suporte à moeda brasileira. Operadores também citaram como possível entrave para uma escalada mais forte do dólar as declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra. Ele disse que o Banco Central tem instrumentos para combater uma eventual volatilidade adicional do câmbio e que, se precisar subir mais o juro porque o juro global sobe, será feito. O Real é uma das melhores moedas em desempenho no mundo nos últimos 12 meses, 6 meses e no acumulado deste ano, o que faz sentido nesse momento em que o Brasil se beneficia do choque de oferta global.

A Infinity Asset atribui a derrocada dos ativos de risco nesta quarta-feira (18/05), sobretudo, à incerteza sobre a intensidade e o ritmo de ajuste dos juros nos Estados Unidos, dados os sinais erráticos emitidos por autoridades do Fed, em especial a fala do chairman Jerome Powell. Embora tenha dito que há "amplo apoio" no comitê de política monetária da instituição para alta de 50 pontos-base dos Fed Funds em junho, Powell se mostrou preocupado com a inflação e afirmou que não hesitará em levar a taxa de juros além do nível neutro. O Fed não consegue emitir um sinal claro sobre o cenário para os juros nos Estados Unidos. O mercado não está 'comprando' essa ideia de que não vai ser preciso subir os juros com mais força. A sensação é de que o Fed terá que ir muito além do que está dizendo. Os índices de inflação na Europa mostram que a inflação é um problema global. O dólar não sobe tanto no Brasil porque ainda tem interesse do estrangeiro no País, em um posicionamento global para emergentes, e um pouco de carry trade.

O índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro mostrou alta anual de 7,4% em abril, um pouco abaixo do esperado (7,5%), mas ainda em nível recorde. Já o CPI no Reino Unido marcou alta de 9% em abril na comparação anual, aceleração em relação a março e no maior nível em mais de 40 anos. Autoridades do Banco Central Europeu (BCE) falaram duro e há quem veja possibilidade de alta da taxa de juros na região no início do segundo semestre. O Banco Ourinvest vê a alta do dólar no mercado doméstico nesta quarta-feira (18/05) como um movimento de correção após a forte queda de terça-feira (17/05), estimulado pela aversão ao risco no exterior. O mercado ainda está na dúvida sobre o comportamento do Fed nos próximos meses. Apesar de dizer que vai manter o ritmo de alta de 50 pontos-base na próxima reunião, o mercado tem dúvidas, o que pressiona o câmbio. Além disso, há notícia de novo lockdown na China, o que preocupa porque pode se refletir em crescimento menor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.