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19/Mai/2022

Combustíveis: necessidade de reajustar a gasolina

Sem reajustes nas refinarias há mais de dois meses (o último foi em 11 de março), a gasolina se tornou o novo ponto de tensão entre a diretoria da Petrobras e o governo. O presidente Jair Bolsonaro tem recorrido a demissões para mostrar seu desagrado com o preço dos combustíveis. Já os acionistas se sentem lesados pela demora dos reajustes, o que gera impacto nos resultados. Segundo cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que reúne pequenos e médios importadores de combustíveis, a defasagem dos preços da gasolina em relação ao mercado internacional chegaria a 20%.

A pressão está muito grande por parte do governo, e a entidade acredita ser difícil fazer reajuste nos próximos dias, mas deveria. Em abril, houve até potencial para redução de preço da ordem de 6%, com a valorização do Real. Mas, o dólar subiu, e a defasagem voltou. Ao contrário do diesel (que depende de cerca de 25% de importações), a gasolina é menos dependente do mercado externo, já que as refinarias locais abastecem 97% do mercado. Mas, ainda assim, a defasagem em relação ao mercado externo é da ordem de R$ 1,00 por litro.

Na avaliação do Instituto de Energia da PUC-Rio, os reajustes são necessários e, se não forem feitos com alguma regularidade, a Petrobras pode ser questionada na Justiça pelos acionistas, principalmente se houver suspeita de interferência por parte do governo. Não se pode fazer política pública com dinheiro dos acionistas. A Petrobras não tem opção. Apesar da alta volatilidade do mercado de petróleo, intensificada com a guerra na Ucrânia, a Petrobras é uma empresa de capital aberto e não pode subsidiar preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.