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18/Mai/2022

Combustíveis: alternativa para redução dos preços

A mudança no formato do frete dos combustíveis, uma proposta que entrou nas discussões do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, para tentar baixar o preço dos combustíveis, poderia, de fato, trazer algum alívio aos consumidores. Hoje, quando vende o combustível para as distribuidoras, a Petrobras é quem arca com o frete, que já vai embutido no preço do produto. É o modelo CIF (sigla em inglês para custo, seguro e frete). A ideia é mudar esse sistema para o modelo FOB (free on board), no qual é o comprador quem banca o frete e assume os riscos. Segundo a BBM logística, a lógica por trás dessa alteração é que os clientes conseguiriam ser mais eficientes que a estatal na contratação do frete. As empresas podem, por exemplo, ter um custo menor com seguros por incluir todo o negócio e, portanto, conseguir descontos melhores.

Normalmente, as companhias brigam pelo preço do frete e seguro até o último centavo. No caso da Petrobras, com as amarras de uma estatal e exigências para se enquadrar nas regras de compliance, essa negociação às vezes pode ficar inviável. Embora tenha ganho de escala pelo seu tamanho, a estatal usa poucos fornecedores, o que gera rigidez e diminui a competitividade. Mas, a oferta no mercado disponível aos clientes é grande e com soluções cada vez mais eficientes. Hoje, as transportadoras sabem quanto seus equipamentos estão gastando a cada hora de forma simultânea e online (o que melhora a produtividade e reduz custos). Essa mudança poderia implicar numa redução de custos de até 15%. Os especialistas, porém, calculam um impacto potencial um pouco menor, em torno de 10%.

No entanto, na bomba esse percentual seria menor, porque envolve outros custos, como os impostos e a margem dos revendedores. A venda FOB daria mais liberdade aos clientes para firmar contratos mais vantajosos e com transporte mais barato. Muitas vezes, as empresas com vendas CIF embutem no preço uma margem de taxa de administração, que encarece o preço do frete. E isso acabaria com a mudança de modalidade. A ideia de trocar as modalidades de frete é considerada simples pelos especialistas. Para ser implementada, porém, dependeria de negociações com os clientes. A Petrobras afirmou que o preço de paridade de importação (PPI), estimado com metodologia análoga a dos preços CIF, é apenas uma referência do valor de determinada commodity colocada no Brasil, ou qualquer economia aberta, através de importação.

Segundo a estatal, essa referência é fundamental para formar o preço competitivo quando o país é importador líquido dessa commodity, como é o caso do Brasil nos combustíveis. A manutenção dessa referência é importante para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras. Segundo especialistas, a formação do PPI leva em consideração quatro itens: a variação internacional do preço do petróleo, a cotação do dólar, o custo de transporte e uma margem imposta pela companhia, como um seguro para evitar prejuízos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.