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17/Mai/2022

Dólar oscila em sessão instável e encerra em baixa

Depois de um período de instabilidade, o dólar se firmou em baixa, ainda que moderada, nas últimas horas da sessão desta segunda-feira (16/05). O aprofundamento das perdas da moeda norte-americana no exterior e a alta firme do Ibovespa abriram espaço para realização de lucros intraday e leve desmonte de posições compradas (que apostam na alta do dólar) no mercado futuro. A divisa até ensaiou uma alta mais acentuada logo após abertura dos negócios, quando alcançou a máxima de R$ 5,10, em meio à preocupação com a atividade global após dados fracos da economia da China. Mas, o movimento comprador rapidamente perdeu força e o dólar não apenas trocou de sinal como desceu até a mínima de R$ 5,03 (-0,51%). A moeda recuperou fôlego e passou boa parte da tarde alternando entre leves altas e baixas, até que se firmou em queda nas últimas horas do pregão sob influência externa. O dólar fechou a R$ 5,05, em baixa de 0,12%. Com isso, a valorização acumulada em maio passou a ser de 2,20%.

O índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) renovou mínimas no fim da tarde, aos 104,138 pontos. A moeda norte-americana também recuou em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, incluindo pares do Real como o peso mexicano e o chileno. A despeito do tombo da atividade na China, as commodities agrícolas e metálicas tiveram um dia positivo, o que acabou dando suporte às divisas de emergentes. Além disso, consolida-se a leitura de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não vai acelerar o passo do ajuste da política monetária dos Estados Unidos. O presidente do Fed de Nova York afirmou que a inflação é "o problema número 1" da instituição e que é necessário subir os juros rapidamente. Contudo, ele espera um aumento de 50 pontos-base na taxa dos Fed funds em junho, ou seja, não autorizou apostas em uma elevação de 75 pontos-base, que já foi aventada por boa parte do mercado.

Segundo o Banco Ourinvest, o comportamento do dólar esteve muito ligado ao cenário externo. A sinalização de que o ajuste da taxa de juros nos Estados Unidos seguirá uma trajetória menos agressiva trouxe alívio para a taxa de câmbio. A alta do dólar no início da sessão foi atribuída à cautela provocada pelos dados ruins na China e pela tensão geopolítica na Europa, na esteira da possível entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN. O patamar do dólar ainda é bastante elevado e a volatilidade deve continuar alta. Na China, as vendas no varejo em abril caíram 11,1% na comparação anual, bem acima do esperado (-6,6%), enquanto a produção industrial cedeu 2,9%, ante expectativa de alta de 0,5%. Esses dados foram em parte contrabalançados pela informação de que Xangai está próxima de exibir números compatíveis com a política de 'Covid zero', o que abre espaço para flexibilização das medidas restritivas.

Além disso, o Banco do Povo da China (PBoC) reduziu taxa de hipoteca para compradores de primeiro imóvel e injetou 100 bilhões de yuans (cerca de US$ 14,7 bilhões) de liquidez no mercado. O diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou que o dólar novamente acima de R$ 5,00 parece estar mais ligado à China do que aos juros dos Estados Unidos. Ele avaliou que, apesar do impacto do lockdowns na China e da política monetária norte-americana, o cenário para câmbio é mais saudável. Segundo a Ourominas, os sinais de desaceleração da economia chinesa inibiram o apetite por risco e deixaram o mercado sem convicção para apostas mais contundentes. O dólar teve dificuldade em firmar uma tendência. No fim da sessão, acabou se alinhando ao movimento do índice DXY. A taxa de câmbio deve oscilar em uma faixa entre R$ 4,80 e R$ 5,10 nas próximas semanas. Há dificuldade de o dólar superar a resistência de R$ 5,10. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.