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16/Mai/2022

Contêineres: falta de previsibilidade agrava a crise

A crise na cadeia logística global, cuja regularização já é descartada para esse ano, também está no radar da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O grupo criado para discutir a falta de contêineres no setor deve apresentar seu relatório no próximo mês, que vai conter conclusões e sugestões do que pode ser feito para atenuar as consequências desse cenário no Brasil. Um dos principais problemas na crise do segmento de contêineres está nas omissões de escala e, portanto, na falta de previsibilidade dos usuários do serviço, principalmente dos menores. Os maiores têm capacidade, por exemplo, de afretar uma embarcação, conseguem negociar diretamente com armador suas condições de transporte. O pequeno, não.

O pequeno é aquele que está “pegando carona”, é o que sofre com omissão de escala, atraso na entrega das mercadorias. Esse tipo de preocupação tem se aprofundado também diante da verticalização do mercado de contêineres, contexto em que armadores passam a direcionar carga para terminais dos quais são donos ou têm alguma participação. Para tentar contornar a imprevisibilidade, a Antaq pode sugerir que armadores passem a enviar uma programação prévia de rota. Os armadores precisam contribuir com esse tipo de iniciativa. Se tal medida for consensuada entre armadores e usuários, não haveria necessidade de intervenção regulatória da Antaq. Mas, se não for possível um acordo entre as partes, a Antaq voltará a uma etapa de análise de impacto regulatório, de ouvir os setores e avaliar os efeitos.

Por vezes, basta mediação junto a armadores e usuários, para avaliar o que pode ser feito, principalmente em relação a disponibilização de informações. Pior que não chegar, é só saber que vai chegar em cima da hora, isso não dá espaço para se reprogramar. A cadeia de suprimentos vive mais um momento de estresse que começa a causar atraso na entrega de mercadorias, pressionando ainda mais a inflação. O preço do frete explodiu durante a pandemia, com a média paga pelo transporte de um contêiner passando de US$ 1,4 mil, em fevereiro de 2020, para US$ 11,1 mil em setembro do ano passado. Os patamares agora estão mais baixos, mas longe dos valores registrados antes da crise sanitária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.