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12/Mai/2022

Dólar acelera no final da sessão e encerra em alta

Após esboçar uma queda mais aguda na manhã e passar a maior parte da sessão desta quarta-feira (11/05) em baixa, o dólar ganhou força na última hora de negócios e acabou encerrando em leve alta de 0,21%, a R$ 5,14. Esse movimento se deu em meio a uma deterioração das Bolsas em Nova York, que chegaram a subir mais cedo, e à recuperação de terreno da moeda norte-americana frente a pares fortes no exterior. Pela manhã, a divisa chegou até a romper o piso de R$ 5,10 e registrou mínima a R$ 5,09, na esteira da valorização das commodities metálicas e agrícolas, após notícia de diminuição em 50,7% de casos de Covid-19 em Xangai nas últimas 24 horas. A possibilidade de relaxamento de lockdown ameniza as preocupações com enfraquecimento da atividade no gigante asiático e, por tabela, da economia global. O dólar iniciou esta quarta-feira (11/05) com uma tendência de baixa no mundo, com os números da China, que pode acelerar a atividade industrial, o que é bom para commodities e para as exportações brasileiras.

O contraponto ao alívio vindo da China foi a divulgação do índice de inflação ao consumidor acima do esperado nos Estados Unidos. O CPI subiu 0,3% em abril, ante expectativa de 0,2%. Na comparação anual, o CPI avançou 8,3%, também além do esperado (8,1%), mas marcou a primeira desaceleração desde agosto do ano passado. Embora tenha esfriado a aposta em alta de 75 pontos-base na reunião do Federal Reserve (o banco central norte-americano) em junho, a perspectiva ainda é de ajuste monetário rápido nos Estados Unidos. Espera-se que o Federal Reserve mantenha o discurso duro contra a inflação e que promova elevações seguidas da taxa básica em 50 pontos-base por reunião. O presidente do Federal Reserve de Atlanta afirmou que pode apoiar subir os juros nos Estados Unidos a um patamar que restrinja o crescimento econômico, caso a alta inflação persista após os Fed funds atingirem um nível neutro.

Ele defendeu que o Fed promova altas seguidas de 50 pontos-base até que a taxa básica chegue ao nível neutro, estimado em cerca de 2,4%. No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes, chegou a operar em queda firme, registrando mínima aos 103,372 pontos, mas se recuperou e, quando o mercado doméstico fechou, marcava 104,011 pontos, alta de 0,9%. A Blue3 ressalta que, além da recuperação das commodities com arrefecimento do Covid-19 na China, o mercado se apoiou no afastamento da alta de 75 pontos-base da taxa básica americana para recompor posições em ativos de risco. A inflação norte-americana é alta, mas mostrou desaceleração anual. Talvez o Fed não tenha que subir assim tanto os juros para a inflação começar a perder força e, com isso, não cause tanto impacto na economia norte-americana. Contudo, o ambiente ainda é de muita incerteza, o que mantém os ativos sem tendência firme.

No Brasil, o IPCA de 1,06% em abril deu vazão a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) tenha que estender o ciclo de aperto monetário para além de junho e levar a Selic para perto de 14%. Em tese, quanto maior a taxa doméstica, melhor para a moeda brasileira. Profissionais do mercado alertam que a baixa visibilidade diante das incertezas domésticas e externas, sobretudo em relação ao ajuste monetário nos Estados Unidos, aumenta muito a volatilidade e diminui o apetite pelo carry trade (operação que explora diferencial de juros entre países). O BNP Paribas afirmou que o dólar deve subir até o patamar de R$ 5,20 com a aproximação das eleições presidências. Também contribui para pressionar o câmbio uma política monetária mais contracionista nos Estados Unidos e na Zona do Euro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.