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12/Mai/2022

Inflação é a mais alta para mês de abril desde 1996

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 1,06%, ante um avanço de 1,62% em março. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 4,29%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 12,13%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 1,04% em abril, após um avanço de 1,71% em março. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 4,49% no ano. A taxa em 12 meses foi de 12,47%. Em abril de 2021, o INPC tinha sido de 0,38%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 1,06% registrada pelo IPCA em abril foi a variação mais acentuada para o mês desde 1996, quando o índice foi de 1,26%. No mês de abril de 2021, o IPCA tinha sido de 0,31%. A taxa em 12 meses passou de 11,30% em março para 12,13% em abril, resultado mais elevado desde outubro de 2003, quando estava em 13,98%.

A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,50%, que tem teto de tolerância de 5%. Os gastos das famílias com transportes passaram de alta de 3,02% em março para um avanço de 1,91% em abril, um impacto de 0,42% sobre a taxa de 1,06% registrada pelo IPCA no último mês. A alta no grupo em abril foi puxada pelo aumento de 3,20% nos preços dos combustíveis, que resultaram numa pressão de 0,25% para o IPCA do mês. A gasolina subiu 2,48%, um impacto de 0,17%. Houve altas também nos preços do etanol (8,44% e impacto de 0,07%), óleo diesel (4,74% e impacto direto de 0,01%) e gás veicular (0,24%, com impacto próximo de zero, pelo peso pequeno que tem no índice). O táxi subiu 9,16% em abril, devido a reajustes em São Paulo (SP) e Fortaleza (CE). O metrô aumentou 3,64%, refletindo um aumento no Rio de Janeiro (RJ). O ônibus urbano subiu 0,42%, com reajustes em Belém (PA), Curitiba (PR) e São Luís (MA).

O ônibus intermunicipal encareceu 0,28%, com elevação de 2,52% em Campo Grande (MS), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). As passagens aéreas ficaram 9,48% mais caras em abril. Houve altas de preços também no transporte por aplicativo (4,09%) e seguro voluntário de veículo (3,31%). Os automóveis novos subiram 0,44%, o 20º mês seguido de aumento, enquanto os automóveis usados recuaram 0,47%, primeira queda após 21 meses consecutivos de altas. As motocicletas aumentaram 1,02%. O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 2,42% em março para uma elevação de 2,06% em abril. O grupo contribuiu com 0,43% para a taxa de 1,06% do IPCA do último mês. A alimentação no domicílio aumentou 2,59% em abril. A maior contribuição entre os itens alimentícios foi do leite longa vida, que subiu 10,31% em abril, um impacto de 0,07%. Houve altas também na batata-inglesa (18,28%), tomate (10,18%), óleo de soja (8,24%), pão francês (4,52%) e carnes (1,02%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,62%. A refeição fora de casa teve alta de 0,42% em março, e o lanche subiu 0,98%.

O encarecimento dos alimentos ocorre pela pressão da valorização de commodities e de problemas climáticos em algumas lavouras. A guerra na Ucrânia afetou o bolso do consumidor brasileiro via encarecimento de grãos como a soja e o trigo, que se refletiram em aumentos de preços do óleo de soja e do pão francês, mas também de produtos de origem animal, por conta do aumento no custo da ração. Conflitos internacionais podem acabar gerando influência no preço das commodities. Há subitens que acabam influenciados pelo preço das commodities: óleo de soja, pão francês e carnes. A soja e o milho são insumos para ração animal, então alta dessas commodities acabam influenciando nos preços das carnes. Os alimentos in natura é mais questão da oferta. As famílias brasileiras gastaram 1,14% a menos com habitação em abril, uma contribuição de - 0,18% para a taxa de 1,06% de abril. O recuo foi puxado pela queda de 6,27% no custo da energia elétrica, que resultou numa contribuição de -0,31% para a inflação.

Desde 16 de abril, passou a vigorar a bandeira tarifária verde, extinguindo a cobrança extra na conta de luz em vigor desde setembro do ano passado pelo acionamento da bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescentava R$ 14,20 a cada 100Kwh consumidos. O que ajudou a frear o IPCA no mês de abril foi de fato a queda na energia elétrica, que teve a maior contribuição individual negativa no índice do mês. Na direção oposta, houve altas no gás de botijão (3,32%) e no gás encanado (1,38%). No mês de abril, os aumentos nos gastos das famílias com Alimentação e Transportes responderam juntos por cerca de 80% da inflação oficial no País. No entanto, as altas de preços foram disseminadas, alcançando oito dos nove grupos que integram o IPCA. As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (2,06%), Saúde e cuidados pessoais (1,77%), Artigos de residência (1,53%), Vestuário (1,26%), Transportes (1,91%), Despesas pessoais (0,48%). Educação (0,06%) e Comunicação (0,08%).

O único grupo com deflação foi Habitação (-1,14%). Em Saúde e cuidados pessoais, houve pressão da alta dos produtos farmacêuticos (6,13%), que contribuíram com 0,19% para o IPCA do mês. No dia 1º de abril, foi autorizado o reajuste de até 10,89% no preço dos medicamentos, dependendo da classe terapêutica. As maiores variações ocorreram nos remédios hormonais (7,96%) e hipotensores e hipocolesterolêmicos (6,81%). Houve alta também nos produtos de higiene pessoal (0,85%), com impacto de 0,03%. O plano de saúde recuou 0,69%, ainda refletindo o reajuste negativo de -8,19% aplicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano passado. Em Artigos de residência, os destaques foram os eletrodomésticos e equipamentos (2,25%), mobiliário (1,60%) e TV, som e informática (1,53%).

Em abril, houve alta de preços em todas as 16 regiões que integram o IPCA. A taxa mais acentuada ocorreu no Rio de Janeiro - RJ (1,39%), enquanto a menos elevada foi a da região metropolitana de Salvador - BA (0,67%). Os combustíveis foram responsáveis juntos por 0,25% da taxa de 1,06% registrada pelo IPCA no mês de abril. No entanto, as elevações nesses preços costumam levar a uma disseminação de altas em outros produtos e serviços da economia. Em abril, os preços dos combustíveis tiveram um aumento de 3,20%. A gasolina subiu 2,48%, um impacto de 0,17% no IPCA. Houve altas também nos preços do etanol (8,44% e impacto de 0,07%), óleo diesel (4,74% e impacto direto de 0,01%) e gás veicular (0,24%, com impacto próximo de zero, pelo peso pequeno que tem no índice). De janeiro a abril, os combustíveis acumulam uma alta de 7,75%, com impacto direto de 0,61% na inflação.

A gasolina subiu 7,84%, uma contribuição de 0,52%; o etanol teve alta de 3,08% e impacto de 0,03%; o diesel, 23,88% e impacto de 0,06%; e gás veicular, 7,52% e 0,01%. Os combustíveis são usados para frete para diversos produtos. Então, a alta pode influenciar os preços de outros subitens também. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril teve a maior proporção de subitens com aumento de preços em quase 20 anos. A difusão do IPCA atingiu 78,2% nesta leitura, a maior desde os 85,94% registrados em janeiro de 2003. Outras aberturas do IPCA também alcançaram marcas históricas nesta leitura. A média dos núcleos (0,95%), os preços livres (1,25%), os bens industriais (1,21%) e a alimentação no domicílio (2,59%) tiveram as maiores taxas para um mês de abril desde o ano 2000. Os recordes anteriores eram de alta de 0,94% da média dos núcleos, 0,87% dos preços livres e 1,14% dos bens industriais, todos em abril de 2003. A alimentação no domicílio havia tido o maior aumento para um mês de abril em 2020, com 2,24%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.