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11/Mai/2022

Dólar recua após três sessões consecutivas de alta

Após três pregões consecutivos de alta, em que acumulou valorização de 5,15%, o dólar recuou na sessão desta terça-feira (10/05) e fechou na casa de R$ 5,13. Investidores aproveitaram leve trégua na aversão ao risco no exterior para promover ajustes e realizar lucros no mercado doméstico de câmbio. Sem novidades no front interno, já que a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) apenas reforçou a perspectiva de redução de ritmo de alta da taxa Selic em junho, a divisa oscilou ao sabor das expectativas em torno da magnitude do ajuste monetário nos Estados Unidos. O dólar até esboçou nova rodada de alta, rompendo o teto de R$ 5,15 para alcançar máxima a R$ 5,16. A busca pela moeda norte-americana veio na esteira de declaração da presidente do Federal Reserve de Cleveland, (Fed, o banco central dos Estados Unidos) informando que não está descartada a possibilidade de uma alta da taxa básica norte-americana em 75 pontos-base em reuniões neste ano.

Ela afirmou não ver a inflação nos Estados Unidos de volta à meta antes de 2024. O ritmo de aperto monetário pode ser acelerado no segundo semestre e a taxa básica deve vir além do nível neutro (de cerca de 2,5%). O ambiente melhorou à tarde com o mercado ajustando posições em reação à fala de outro integrante do Fed. Membro do Conselho do Fed, Christopher Waller afirmou que é possível subir os juros para controlar a inflação sem impactar fortemente o emprego. O cenário econômico atual não se assemelha ao fim da década de 1970 e 1980, quando a inflação persistia há uma década e o Fed promoveu um aperto monetário agudo que jogou a taxa de desemprego para 20%. O quadro de estagflação, combinação de estagnação econômica com inflação elevada, é o mais temido nas mesas de operação. Com as bolsas norte-americanas em alta firme, abriu-se espaço para uma realização de lucros mais forte no mercado local. O dólar chegou a tocar pontualmente o patamar de R$ 5,10.

No fim do dia, em meio a uma desaceleração dos ganhos de S&P 500 e Nasdaq, além da virada do Dow Jones para o lado negativo, o dólar moderou as perdas e fechou a R$ 5,13, em baixa de 0,44%. Apesar do alívio, a divisa acumula alta de 1,15% na semana e já avança 3,86% em maio. No ano, o dólar registra queda de 7,93%. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) subia 0,25% no fim dos negócios no mercado local, cotado a 103,913 pontos, maior nível em 20 anos. A moeda norte-americana caiu, contudo, a divisas emergentes pares do Real, como o peso chileno, o peso mexicano e o rand sul-africano. Segundo a Acqua Vero Investimentos, houve uma alta muito forte do dólar com a aversão ao risco no exterior nos últimos dias. Mas, nesta terça-feira (10/05), caiu um pouco, com uma realização de lucros. Há ainda um ambiente favorável para a alta do dólar, tanto por questões externas quanto domésticas.

A postura mais dura do Fed e altas sucessivas da taxa básica norte-americana tendem a tirar a diminuir a liquidez global e, por tabela, diminuir a atratividade das moedas emergentes. Há também o risco de uma desaceleração mais forte da economia chinesa, em meio à política de lockdown para combater a Covid-19, e as incertezas trazidas pela guerra na Ucrânia. Além do ambiente externo hostil, a corrida presidencial, que acentua a pressão por mais gastos públicos, tende a entrar cada vez mais no radar do mercado e diminuir o apetite por ativos brasileiros. É claro que depende muito do fluxo, mas o dólar deve chegar mais perto da casa de R$ 5,20 e R$ 5,30. A alta volatilidade da taxa de câmbio inibe as operações de carry trade, a despeito das taxas de juros locais. O governo deve tomar uma decisão sobre o reajuste de salários do funcionalismo público até o dia 22 de maio. A tendência é que seja dado um aumento linear de 5%, com custo de R$ 6,3 bilhões em 2022. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) alertou que o Real pode se enfraquecer neste ano por conta de riscos políticos antes das eleições. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.