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10/Mai/2022

Diesel: nova alta faz crescer a pressão por subsídio

Depois do reajuste de 8,87% do preço do diesel pela Petrobras, o núcleo político do governo e aliados no Congresso renovaram a pressão para a concessão de um subsídio ao combustível antes da eleição. A medida se soma à discussão entre os ministérios uma proposta para mitigar o impacto dos reajustes das tarifas de energia autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Governistas querem evitar o desgaste em ano de eleição num momento em que os adversários do presidente Jair Bolsonaro, entre eles o líder das pesquisas ex-presidente Lula (PT), focam as críticas ao governo na alta de preços e perdas. Após o anúncio do lucro recorde da empresa no primeiro trimestre, a área política defende o subsídio com o argumento de que as receitas do governo com o pagamento de dividendos pela empresa vão aumentar.

Para conceder o subsídio, no entanto, o governo e o Congresso teriam que correr contra o tempo e fazer mudanças no teto de gastos, o que a equipe do Ministério da Economia não apoia. Outra opção é cortar despesa para abrir espaço no teto, mas não há espaço disponível. Pelo contrário, o "buraco" no teto aumentou e com novas medidas aprovadas nas últimas semanas. Um integrante da equipe econômica avaliou que o governo reduziu no ano passado a tributação do diesel e a medida não foi repassada para os preços, assim como a mudança da cobrança do ICMS sobre os combustíveis. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reunirá com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir combustível. O reajuste do diesel ficou abaixo da defasagem do preço praticado em relação ao mercado internacional estimado pelos especialistas em torno de 20%.

Na área econômica, há avaliações de que, em um contexto conturbado internacionalmente pela guerra e em ano de eleições, faz sentido para o acionista aceitar um lucro menor da Petrobras. A visão é que, para quem tem ações da empresa, o governo atual é melhor, e que a lógica de repasse integral e rápido dos aumentos de preços internacionais pode até ampliar o lucro no curto prazo, mas interessaria mais à oposição, pelo seu efeito na inflação. E a avaliação é que a oposição tenderia, se ganhasse a eleição, a ter uma política muito menos lucrativa para a empresa no longo prazo. A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (09/05), um aumento do diesel nas refinarias, de R$ 4,51 por litro para R$ 4,91 por litro a partir desta terça-feira (10/05). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.