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10/Mai/2022

Práticas ambientais sustentáveis e investimentos

A comprovação de práticas sustentáveis por meio de certificações tem ajudado empresas na captação de investimentos. Pequenos e médios negócios são maioria nesse movimento e apostam na chancela para expandir, buscando fundos específicos para empreendimentos verdes. No Sistema B, que avalia aspectos de meio ambiente, comunidade, governança, funcionários e clientes, cresceu quase 260% o número de negócios certificados entre 2017 e 2022, indo de 60 para 215 empresas. As certificações concedidas ganharam fôlego nos dois últimos anos: foram 29 em 2019, 39 no ano seguinte e 45 em 2021. A Sociedade Vegetariana Brasileira concedeu o selo de produto vegano a 240 empresas entre 2017 e 2021. Dessas, cerca de 44% são de pequeno porte e 32% são médias. O cenário combina com o interesse do público. As buscas no Google por ESG (sigla para boas práticas ambientais, de governança e sociais nas empresas) crescem desde 2020 e atingiram o pico de popularidade na última semana de abril deste ano.

A pandemia gerou muitos questionamentos e combinou com momentos políticos e socioambientais fortes. O conceito do ESG traz essa visão de que sustentabilidade é algo integrado, que inclui social, ambiental e governança. Empresas de pequeno e médio portes representam 86,5% das B certificadas, e a verificação inclui um questionário com mais de 200 perguntas. Negócios usam a certificação como atrativo para investidores. Essa é a aposta do grupo Casa Feito Brasil, das marcas Feito Brasil e Quintal Dermocosméticos. O negócio se prepara para o primeiro aporte, com início das negociações no próximo semestre. Empresa B desde 2019, a companhia tem o selo EcoCert de cosméticos orgânicos e naturais. As empresas do futuro são sustentáveis e o futuro do grupo é a expansão. A pauta ESG é muito importante para os fundos de investimento, os investidores estão olhando isso com muita cautela e existem fundos específicos. Além da bandeira verde, é essencial ter sustentabilidade social e financeira.

No caso da Insecta Shoes, única Empresa B de calçados no Brasil e certificada em 2016, o investimento de R$ 300 mil veio em 2018, um smart money (aporte qualificado, que inclui consultoria) que levou investidores para o dia a dia do negócio. O certificado com certeza validou o posicionamento da empresa e trouxe mais seriedade para os desafios de sustentabilidade. No ano passado, a Insecta captou R$ 1,8 milhão em três meses numa rodada de equity crowdfunding (financiamento coletivo de investidores) junto à Platta, que atua com negócios de impacto. Quem também aproveita esse ecossistema é a empresa de leites veganos Nude, que usufruiu do benefício de ser, primeiro, uma Empresa B Pendente. Se a empresa ainda não tem um ano fiscal, pode entrar com pedido dessa certificação, que ajuda a pensar em várias coisas que não estão no radar. Lançada em 2020, a marca tornou-se B em outubro. Em janeiro, recebeu aporte de R$ 25 milhões, vindos de um fundo de impacto. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.