05/Mai/2022

Segundo o Bradesco, os preços globais de commodities medidos pelo índice CRB estão em média 35% acima dos valores indicados pelos fundamentos da economia global. A reversão da política fiscal e monetária no mundo deve levar a um fortalecimento do dólar e a uma queda das commodities à frente. Elementos específicos de cada classe de commodities contribuem para sustentar os preços no curto prazo, mas o menor crescimento global tende a se sobressair.

Quanto mais esse último efeito demorar a aparecer, maior será o desafio dos bancos centrais em controlar o processo inflacionário e manter as expectativas ancoradas. No dia 31 de março, usado como data de corte para o estudo do Bradesco, a maior disparidade era encontrada nas commodities metálicas, cujos preços estavam 43% acima do valor sugerido pelos fundamentos. Foram detectadas diferenças significativas nas cotações do petróleo (21%) e das commodities agrícolas (11%), todas impactadas pela invasão russa à Ucrânia.

O processo de redução dos preços da maior parte das commodities ainda vai depender de fatores como a solução dos choques de oferta de curto prazo causados pela guerra e pela nova rodada de lockdowns na China, além da percepção dos mercados acerca do tamanho do ciclo de ajuste global e dos seus impactos para a atividade.

Mas, algumas commodities ainda devem sustentar preços altos por mais tempo. O caso mais evidente é o das commodities agrícolas, cujos estoques ainda devem levar mais tempo para se ajustar. Além disso, os custos de fertilizantes não apenas guardam relação com os preços finais, mas também podem afetar a produtividade das próximas safras, em um possível cenário de uso mais restrito. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.