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03/Mai/2022

Endividamento das famílias bate recorde em abril

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a proporção de brasileiros endividados e inadimplentes alcançou novos recordes em abril. A fatia com dívidas a vencer alcançou 77,7% do total de famílias, maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), iniciada em janeiro de 2010. O resultado representa um avanço de 0,2% ante março. Em relação a abril de 2021, quando a parcela de endividados estava em 67,5%, a alta foi de 10,2%. A parcela de inadimplentes, ou seja, com dívidas ou contas em atraso, alcançou o ápice histórico de 28,6% do total de famílias. O resultado representa uma alta de 0,8% em abril ante março.

Em relação a abril de 2021, houve elevação de 4,3% na proporção de inadimplentes. O valor também representa crescimento de 4,4% em relação ao registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia de Covid-19. A pesquisa identificou ainda que 10,9% declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e, portanto, permanecerão inadimplentes, um aumento de 0,1% ante março. Em relação a abril de 2021, houve crescimento de 0,5%. A inflação alta e disseminada leva as famílias a recorrerem ao crédito para recomposição da renda, apesar dos juros elevados. O cartão de crédito se manteve como o tipo de dívida mais comum entre os consumidores, única modalidade com aumento em abril, alcançando 88,8% de famílias com dívidas.

O resultado revela que o endividamento está ocorrendo essencialmente no consumo de curto prazo. Em abril, o tempo médio de comprometimento das famílias com dívidas foi de 7,1 meses. Na avaliação por faixa de renda, o percentual de endividados entre as famílias mais ricas, com rendimentos acima de dez salários-mínimos mensais, subiu a 74,5%, maior patamar da série histórica, com alta de 0,8% em relação a março e expansão de 11,4% ante abril de 2021. No grupo com renda mais baixa, até dez salários-mínimos mensais, a fatia de endividados chegou ao nível também recorde de 78,6%, subindo 0,1% em relação a março e 10% ante abril de 2021.

Quanto à inadimplência, 31,9% das famílias de renda mais baixa estão com contas em atraso. No grupo de renda mais elevada, 13,5% estão inadimplentes. Os orçamentos mais acirrados têm levado mais famílias a atrasarem o pagamento de contas e dívidas e usarem mais o cartão de crédito, que é a modalidade de dívida para o consumo de curto prazo. O contínuo encarecimento do crédito e a fragilidade apresentada no mercado de trabalho devem seguir afetando negativamente a dinâmica da inadimplência. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.