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26/Abr/2022

Brasil: desempenho abaixo dos demais emergentes

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), com crescimento de 0,8% neste ano e de 1,4% no próximo, o Brasil continua correndo bem atrás dos outros emergentes e até dos países mais desenvolvidos. Já observado nos últimos dez anos, esse descompasso deve continuar nos próximos cinco anos, em todo o horizonte coberto, portanto, pelo Panorama Econômico Mundial (World Economic Outlook). Pelas novas estimativas, severamente afetadas pela guerra na Ucrânia, a produção global das economias avançadas deve aumentar 3,3% em 2022 e 2,4% em 2023. Para o conjunto dos países emergentes e em desenvolvimento as taxas previstas para esses períodos são 3,8% e 4,4%, com alguma moderação do desempenho chinês.

Com a invasão da Ucrânia, já foram cortadas as projeções de crescimento de todos os grupos de economias. Terminar a guerra é a maior prioridade, levando em conta, além da tragédia humanitária imediata, os efeitos econômicos do conflito e das sanções à Rússia. Sem ter ainda vencido os desajustes ocasionados pela pandemia, o mundo enfrenta agora a crise provocada pela Rússia. Menor crescimento e inflação maior ameaçam a economia global, revertendo as perspectivas de recuperação. Pelos novos cálculos, o crescimento mundial deve ser, neste ano, 0,8% inferior ao estimado em janeiro. A taxa prevista para 2023 ficou 0,2% menor que a indicada no início do ano.

A guerra agrava os choques de oferta enfrentados pela economia global nos últimos anos. Seus efeitos devem propagar-se como ondas sísmicas de choques pelos mercados de produtos básicos e pelos canais financeiros. Diante dos novos desajustes, foram revistas para baixo as perspectivas de médio prazo de todos os grupos de países, mesmo daqueles exportadores de commodities, porque deverão beneficiar-se da alta dos preços da energia e dos alimentos. O Brasil é um desses exportadores e deve, portanto, ser um dos beneficiários do aumento das cotações internacionais de produtos básicos. Esse efeito benéfico já tem sido observado nas contas externas do País.

O crescimento previsto para o País neste ano ficou 0,5% maior que o projetado em janeiro. O estimado para 2023, no entanto, diminuiu 0,2%. Além disso, a economia brasileira se destaca pela inflação já elevada e persistente, pela perspectiva de baixo crescimento e pelo alto desemprego. Neste ano e no próximo, o crescimento do Brasil deve ser inferior às médias da América do Sul, de 2,3% em 2022 e de 2,1% em 2023. As médias anuais da inflação brasileira, estimadas em 8,2% para este ano e 5,1% para o próximo, devem ser maiores que as taxas da maior parte dos sul-americanos. O desemprego deve ficar em 13,7% e 12,9%, superando também os números da maior parte do continente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.