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25/Abr/2022

Brasil: inflação ainda tem espaço para subir mais

Segundo a Panamby Capital, o susto que a inflação deu no mercado durante o primeiro trimestre do ano não deve parar por aí. A resiliência dos preços do atacado a despeito da desvalorização do dólar, o desalinhamento de preços na economia, a pressão de preços industriais e o peso da retomada dos serviços, na esteira da expansão da atividade acima do previsto, podem provocar novas surpresas. O melhor cenário possível seria de 6,5%. Isso considera a volta das commodities aos valores de janeiro. A inflação no primeiro trimestre surpreendeu um pouco, o que faz sentido porque teve atividade econômica. Mas, o fato é que a média da inflação mensal no primeiro trimestre foi de 1,20% a 1,30%, ante 0,80% registrada nos primeiros três meses do ano passado.

O mercado esperava que a inflação iria desacelerar desde o ano passado, mas isso não está ocorrendo. Hoje, muitas projeções apontam para 7,5%. Mas, há espaço para surpreender ainda mais. Movimentos de apreciação do câmbio como o que ocorreu (dólar acumula queda de cerca de 15% no ano), normalmente, são seguidos de um alívio na inflação no atacado. Invariavelmente isso é rápido. Começa a apreciar o câmbio e logo os IGPs ficam perto de zero e às vezes vão até para o campo negativo. Não aconteceu isso e os IGPs continuam variando entre 1% e 2% neste primeiro trimestre. Agora, o IGP-10 veio com 2,48% de inflação e isso incomoda. Diante das pressões de custos, dos desalinhamentos de preços e da retomada observada no setor de serviços ainda em curso, um alívio na inflação ocorreria se o câmbio continuasse apreciando.

No entanto, essa não é uma situação provável, entre outras coisas porque 2022 é um ano eleitoral, o que gera cautela. De janeiro a março, o Brasil já tem uma inflação de 3,48%. Então, se a inflação for zerada daqui para frente, já seria uma inflação acima de 3%, superior à meta. Ou seja, tem o passado e tem um futuro que não está sinalizando um alívio de inflação porque o atacado continua pressionando. No melhor cenário, a inflação deve ser de 6,5%. É preciso observar o que isso significa de inflação no ano que vem porque o Brasil é um país de economia indexada. Cerca de 24% do IPCA é dos administrados, tirando gasolina, é tudo contratos que fixam reajustes pela inflação passada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.