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20/Abr/2022

Crescimento nos aportes em startups de alimentos

As startups que desenvolvem tecnologias para a cadeia agroalimentar levantaram US$ 51,7 bilhões em rodadas de investimentos no mundo no ano passado, um crescimento de 85% em relação a 2020, que acompanhou a preocupação cada vez maior com a oferta de comida no futuro. O levantamento é do fundo de capital de risco AgFunder, que identificou 3.155 operações, das quais participaram 4.570 investidores. Mudanças climáticas, Covid-19, guerra na Ucrânia: essas crises severas e simultâneas formam o pano de fundo do avanço dos investimentos. A tendência foi consistente em todo o mundo. Empresas da categoria “downstream”, especializadas em desenvolver soluções e novos produtos para o consumidor final, receberam aportes de US$ 32,1 bilhões em 2021, montante 124% superior ao do ano anterior. Proporcionalmente, essas startups levantaram mais recursos em menos rodadas; ao todo, foram 1.241.

Faz parte desse grupo o segmento das lojas e plataformas online que atuam na venda e entrega de produtos agrícolas processados e não-processados ao consumidor. O aporte nessas “mercearias eletrônicas”, na tradução direta do termo (“egroceries”), cresceu 188% em comparação com o ano anterior e representou 35% dos investimentos totais. De acordo com o AgFunder, a proposta das startups desse nicho está deixando de ser de entrega rápida para um sistema quase instantâneo. São modelos muito novos, e resta saber se o negócio é viável ou sustentável a longo prazo. Por enquanto, os investidores estão comprando muito. A chinesa Furong Xingsheng, por exemplo, que integra o segmento, levantou US$ 3 bilhões, na maior rodada do ano passado.

Dois serviços de entrega alemães, Gorillas e Flink, arrecadaram mais de US$ 1 bilhão cada, e o Getir, da Turquia, atraiu cerca de US$ 980 milhões. Os investimentos em empresas que fornecem tecnologias para apoiar a produção agrícola, incluindo biotecnologias, softwares de gestão e plataformas de insumos, somaram US$ 18,9 bilhões. Foram, no total, 1.846 rodadas. As startups norte-americanas ficaram com 41% de todos os recursos dos investimentos feitos no ano passado. Os Estados Unidos demonstram ter um mercado para startups mais maduro e diverso em relação ao resto do mundo. Fora dos Estados Unidos, os aportes concentraram-se nos supermercados eletrônicos, que receberam 44% dos recursos. Na China, o segmento atraiu 75% dos investimentos, que totalizaram US$ 7,3 bilhões. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.