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19/Abr/2022

Brasil: guerra afeta preços de alimentos e bem-estar

Os preços dos alimentos no Brasil, que vinham em alta desde o início da pandemia, ganharam novo impulso após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro. O fenômeno atingiu especialmente itens produzidos nos dois países envolvidos no conflito, como milho, trigo e óleo vegetal. O aumento trouxe pressão extra para o bolso dos consumidores brasileiros e preocupa governos mundo afora, acendendo um alerta sobre a insegurança alimentar da população mais vulnerável. Os alimentos vendidos para consumo em casa, como os comprados em supermercados e feiras, subiram 3,09% desde o começo da guerra, segundo a inflação oficial medida pelo IPCA.

Sob influência da cotação internacional, houve aumento de preços de óleo de soja (8,99%), farinha de trigo (4,03%) e macarrão (2,69%). O pão francês subiu 2,97%. O comportamento não é muito diferente do restante do mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os preços dos alimentos dispararam 13% em março no mundo. Especialistas afirmam que a pressão dos preços resultou em perda de bem-estar, especialmente na parcela mais pobre da população. Desde o início da pandemia, a confiança das famílias de baixa renda permanece inferior à das famílias de renda mais alta, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em março de 2022, a confiança do consumidor com renda familiar de até R$ 2.100,00 mensais estava em 69 pontos, 17% mais baixa que a do grupo com renda familiar acima de R$ 9.600,00 de 83,6 pontos.

Mesmo que a inflação fosse igual para todas as faixas de renda, ela ainda afetaria mais os mais pobres, pois eles não têm reservas, não têm estoque de poupança, nem folga no fluxo de renda mensal. Pelo contrário, as famílias mais pobres tendem a despoupar, ou seja, consomem mais do que auferem de renda. O cenário agrava a insegurança alimentar. Levantamento da FGV Social a partir de dados do Gallup World Poll mostra que 17% da população do Brasil concordava que não tinha recursos financeiros suficientes para se alimentar em 2014. Esse percentual cresceu para 28%, em novembro de 2020. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.