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19/Abr/2022

Impacto negativo da guerra sobre comércio global

O impacto sobre o comércio mundial da invasão da Ucrânia pela Rússia foi direto, com a abrupta suspensão dos embarques dos principais produtos de exportação dos dois países e a imediata alta dos preços de importantes commodities, do trigo ao petróleo. Os efeitos continuam e persistirão. O comércio mundial perdeu dinamismo, ficou menor do que poderia ser e pode se fragmentar em blocos formados por interesses geopolíticos, o que o fragilizaria ainda mais. A economia mundial também será afetada. E, como em outras crises, os países mais pobres sofrerão mais. Em todo o mundo, as famílias de renda mais baixa sentirão a crise mais do que as outras, pois entre os preços que mais sobem estão os dos alimentos.

Talvez este cenário denote um certo pessimismo num quadro mundial marcado pelos horrores da guerra. Mas, não é improvável. A Organização Mundial do Comércio (OMC) adverte que a invasão da Ucrânia pode estimular a criação de blocos baseados em interesses geopolíticos, o que tornaria mais frágil o comércio internacional. Isso enfraqueceria o potencial da economia mundial, cujo crescimento poderia ser reduzido em até 5% no longo prazo. Mas, os efeitos imediatos já são notáveis. Por causa da guerra na Ucrânia, a OMC reduziu de 4,7% para 3,0% o crescimento do comércio mundial neste ano. Para 2023, a projeção é de aumento de 3,4%.

Para a economia mundial, que cresceu 5,1% em 2021, a OMC reduziu sua previsão de crescimento em 2022 de 4,1% para 2,8%. O relatório não trata diretamente da inflação, mas esta, que afeta duramente a renda dos brasileiros (foi de 11,3% nos 12 meses terminados em março), se tornou problema mundial. Nos Estados Unidos, alcançou 8,5%, a maior em mais de 40 anos. É outro efeito da guerra, que fez subir os preços de combustíveis e alimentos, além dos custos industriais, entre outros itens. A guerra da Ucrânia causa imenso sofrimento humano, mas também prejudica a economia mundial em um momento crítico. O impacto será particularmente mais forte nos países de baixa renda, nos quais os alimentos estão entre os maiores gastos das famílias.

Há temores com relação ao surgimento de uma nova crise alimentar no mundo. Rússia e Ucrânia são grandes exportadores mundiais de trigo e a interrupção de suas vendas externas por causa da guerra afetou o preço do pão em todo o mundo. Em muitos países pobres, pão é uma comida básica. Quanto ao risco de desintegração da economia em diferentes blocos, a resposta, diz a OMC, é o fortalecimento multilateral baseado em regras claras. É uma advertência aos países-membros da organização, cujo papel foi duramente combatido e boicotado pelo então presidente norte-americano Donald Trump e ainda aguarda seu total restabelecimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.