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14/Abr/2022

Dólar encerra em leve alta buscando o reequilíbrio

Apesar do ambiente de maior apetite ao risco no exterior, com alta firme das bolsas em Nova York e sinal negativo da moeda norte-americana frente a pares fortes, o dólar teve uma sessão instável no Brasil nesta quarta-feira (13/04). Com muitas trocas de sinais, embora entre margens estreitas, a divisa encerrou o pregão em leve alta de 0,26%, a R$ 4,68. A mínima foi de R$ 4,65 e a máxima, de R$ 4,70. Após a forte rodada de apreciação do Real no primeiro trimestre, o mercado agora se acomoda e busca uma nova referência para taxa de câmbio no curto prazo. Parte da falta de fôlego da moeda brasileira pode ser atribuída também a maior demanda por dólares e montagem de posições defensivas diante da proximidade do feriado de Sexta-feira Santa (15/04). Segundo o Travelex Bank, o Real está “meio de lado”, junto com outras divisas emergentes. A taxa está se reequilibrando.

O ambiente continua favorável para a moeda brasileira, dadas as taxas de juros reais domésticas atraentes e o patamar ainda elevado dos preços das commodities. Se não houver nenhuma mudança drástica de cenário, o dólar pode cair novamente para R$ 4,50. Investidores monitoram sinais sobre a magnitude do ajuste monetário nos Estados Unidos, que sofre com a maior inflação em mais de 40 anos, agravada pelas consequências do prolongamento da guerra na Ucrânia. As cotações do petróleo voltaram a subir, com o tipo Brent para junho, referência para a Petrobras, na casa de US$ 108,00 por barril. Também há certa cautela diante das incertezas sobre o fôlego da atividade na China, reforçadas pelo recuo de 0,1% nas importações chinesas em março, enquanto se esperava crescimento de 8%. Nos Estados Unidos, após a surpresa positiva de terça-feira, com a leitura abaixo da esperada do núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI), o mercado teve que absorver a alta de 1,4% do índice de inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos em março, acima da expectativa, de 1,1%. O núcleo avançou 1% ante projeção de 0,5%.

Esse quadro reforça a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vá acelerar o passo e promover altas seguidas da taxa básica em 0,50% a partir de maio. Também deve anunciar formalmente o início ao processo de redução do balanço patrimonial, o que significa, na prática, tirar dinheiro do sistema. Apesar disso, as taxas dos Treasuries recuaram, com o papel de dois anos na casa de 2,36% e a T-note de 10 anos, a 2,70%, movimento atribuído a ajustes técnicos após uma rodada expressiva de alta dos retornos (que significa queda dos preços dos títulos). O índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes) chegou a operar acima dos 100,500 pontos com a divulgação do PPI, mas perdeu força e foi negociado aos 99,880 pontos. Para o Travelex Bank, o mercado parece acreditar que o Fed vai conseguir controlar a inflação mesmo sem adotar uma taxa real de juros positiva. Além disso, uma recessão nos Estados Unidos seria bem improvável.

Em tal ambiente, a perspectiva continua positiva para os ativos brasileiros. Além dos preços das commodities em patamares elevados e da taxa real juros mais alta do mundo (à exceção da Rússia), o Brasil é praticamente a única alternativa de investimento entre grandes países emergentes. O mercado financeiro brasileiro é desenvolvido e líquido. A Rússia está fora do jogo e a China tem problemas. Sobra basicamente o Brasil para quem quer ou precisa alocar em emergentes com um PIB de dimensão considerável. O cenário precisaria piorar muito para sair dinheiro do Brasil e ocorrer uma depreciação forte do Real. Entre os indicadores domésticos, destaque para o resultado das vendas no varejo: alta de 1,1% em fevereiro na margem (com ajuste sazonal). Na comparação anual, as vendas subiram 1,3%, enquanto a mediana era de baixa de 1,3%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.