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11/Abr/2022

Inflação mais alta para mês de março desde 1994

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou março com alta de 1,62%, ante um avanço de 1,01% em fevereiro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 3,20%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 11,30%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 1,71% em março, após um avanço de 1,00% em fevereiro. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 3,42% no ano. A taxa em 12 meses foi de 11,73%. Em março de 2021, o INPC tinha sido de 0,86%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 1,62% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em março foi a variação mais acentuada para o mês desde 1994, quando o índice foi de 42,75%, no período que antecedeu a implementação do Plano Real.

Considerando todos os meses do ano, o IPCA de março foi o mais elevado desde janeiro de 2003, quando esteve em 2,25%. No mês de março de 2021, o IPCA tinha sido de 0,93%. A taxa em 12 meses (11,30%) é o resultado mais elevado desde outubro de 2003, quando estava em 13,98%. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,50%, que tem teto de tolerância de 5%. O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 1,28% em fevereiro para uma elevação de 2,42% em março. O grupo contribuiu com 0,51% para a taxa de 1,62% do IPCA do último mês. A alimentação no domicílio aumentou 3,09% em março. A maior contribuição entre os itens alimentícios foi do tomate, com alta de 27,22% e impacto de 0,08% em março. Houve altas também na cenoura (31,47% em março, acumulando um aumento de 166,17% em 12 meses), leite longa vida (9,34%), óleo de soja (8,99%), frutas (6,39%) e pão francês (2,97%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,65%. A refeição fora de casa teve alta de 0,60% em março, e o lanche subiu 0,76%.

Os gastos das famílias com transportes passaram de alta de 0,46% em fevereiro para um avanço de 3,02% em março, um impacto de 0,65% sobre a taxa de 1,62% registrada pelo IPCA no último mês. Os preços dos combustíveis subiram 6,70%. A gasolina ficou 6,95% mais cara, subitem com maior impacto individual sobre a inflação de março, 0,44%. O avanço é resultado do mega reajuste concedido pela Petrobras nas refinarias em 11 de março. Apenas a gasolina foi reajustada em 18,77%. Além disso, houve altas também nos preços do gás veicular (5,29%), do etanol (3,02%) e do óleo diesel (13,65%). Etanol e óleo diesel contribuíram conjuntamente com 0,06% no IPCA de março. Houve aumento ainda nos preços de serviços como o transporte por aplicativo (7,98%), seguro voluntário de veículo (3,93%) e conserto de automóvel (1,47%). Os automóveis novos subiram 0,47%, e os automóveis usados aumentaram 0,76%. O ônibus urbano subiu 1,27%, devido aos reajustes nos preços das passagens em Curitiba (PR), São Luís (MA), Recife (PE) e Belém (PA).

As passagens aéreas recuaram 7,33% em março, com impacto negativo de -0,03%. A metodologia do IPCA considera uma viagem marcada com dois meses de antecedência, ou seja, a variação observada no mês reflete a coleta de preços feita em janeiro para viagens realizadas em março. As famílias brasileiras gastaram 1,15% a mais com habitação em março, uma contribuição de 0,18% para a taxa de 1,62% de março. O avanço foi puxado pelo aumento dos preços do gás de botijão (6,57%). A Petrobras concedeu em 11 de março um reajuste de 16,06% no preço médio de venda do GLP para as distribuidoras. A energia elétrica subiu 1,08% em março, devido a variações que se estenderam de uma queda de 3,18% no Recife (PE) a uma elevação de 4,66% no Rio de Janeiro (RJ). O gás encanado aumentou 4,23%, com elevações em Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ). A taxa de água e esgoto subiu 0,11%, com reajustes em Aracaju (SE), Goiânia (GO) e Fortaleza (CE).

A inflação de serviços, usada como termômetro de pressões de demanda sobre a inflação, passou de uma alta de 1,36% em fevereiro para elevação de 0,45% em março. No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,94% em fevereiro para 6,29% em março, a maior desde dezembro de 2016, quando estava em 6,50%. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,12% em fevereiro para um aumento de 2,65% em março. Já em 12 meses saíram de 15,02% em fevereiro para 14,84% em março. No mês de março, os aumentos nos gastos das famílias com Alimentação e Transportes responderam juntos por cerca de 72% da inflação oficial no País. No entanto, as altas de preços foram disseminadas, alcançando oito dos nove grupos que integram o IPCA), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (2,42%), Saúde e cuidados pessoais (0,88%), Habitação (1,15%), Artigos de residência (0,57%) Vestuário (1,82%), Transportes (3,02%), Despesas pessoais (0,59%) e Educação (0,15%). O único grupo com deflação foi Comunicação (-0,05%). Em Vestuário, todos os itens tiveram aumentos, com destaque para roupas femininas (2,32%) e calçados e acessórios (2,05%). Os preços das joias e bijuterias subiram 1,18%. O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais foi puxado pelas altas dos itens de higiene pessoal (2,25%) e produtos farmacêuticos (1,32%). O plano de saúde caiu 0,69%, refletindo ainda o reajuste negativo de -8,19% aplicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano passado. Em março, houve alta de preços em todas as 16 regiões que integram o IPCA. A taxa menos acentuada ocorreu em Rio Branco (1,35%), enquanto a mais elevada foi a da região metropolitana de Curitiba (2,40%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.