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08/Abr/2022

Produtor chegará capitalizado na safra 2022/2023

Segundo o Itaú BBA, a agricultura brasileira vem de bons anos de rentabilidade, apesar dos acidentes climáticos na safra passada, mas, de maneira geral, o produtor está entrando bastante capitalizado na safra 2022/2023, que se inicia oficialmente em 1º de julho. Entretanto, o preço de insumos subiu bastante. Com base no médio Mato Grosso, houve um aumento de custos de 60% para 2022/2023. Então, para a mesma área, o produtor terá de desembolsar 60% mais. Parte desse capital virá de safras passadas, mas parte terá de ser captada no mercado de crédito rural.

Os produtores que estavam acostumados a se financiar exclusivamente por linhas do crédito rural (subsidiadas no Plano Safra), terão que trabalhar com taxas de mercado. Isso por causa do aumento de juros (taxa Selic), do limite de financiamento imposto por CPF e, não só isso, pela própria limitação da quantidade de crédito rural com preços competitivos. Assim, os recursos podem vir de várias fontes, inclusive de operações bancárias. Os bancos privados estão dispostos a aumentar sua carteira agro. O Itaú BBA garantiu que haverá recursos nos bancos privados para o crédito rural na safra 2022/2023, mas a liberação do dinheiro, desta vez, vai depender da boa gestão do produtor em seu negócio.

O recurso a taxas de mercado está disponível, mas o efetivo acesso a ele vai depender muito da capacidade de organização do produtor e de ele demonstrar que o negócio continua bom. O produtor terá que verificar sua receita e qual custo a receita vai cobrir; não só o custo operacional, mas financeiro, e se vai ter recurso para saldar suas dívidas. Os produtores terão que demonstrar tudo isso para os credores. Assim, a dinâmica de simplesmente ir a um banco, fazer um projeto técnico e conseguir o dinheiro do crédito rural depois de algumas semanas está mudando.

O atual cenário, de custos mais elevados, acelera muito essa mudança. Com certeza, o custo financeiro da safra 2022/2023 será o dobro do verificado na safra passada. Quando se observa as principais cadeias produtivas (algodão, soja, milho, cana-de-açúcar, café e laranja), dá para perceber que este custo vai subir. Ainda assim, a próxima safra tende a ser rentável, dentro do esperado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.