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08/Abr/2022

Agronegócio tem baixa fatia no mercado de capitais

Segundo a agfintech Traive, apesar do crescimento do mercado de capitais no financiamento do agronegócio, a participação deste capital no setor ainda é irrisória dada à necessidade anual de recursos do segmento. Tem aumentado o acesso de empresas do agro ao mercado de capitais. Há várias empresas que não acessavam antes, acessando agora, mas o gap ainda é muito grande. Quando se observa os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e os Fundos de Direitos Creditórios (FIDCs) referenciados do agro comparado com a necessidade anual de capital do agronegócio brasileiro é bastante irrisório. É menos de 10% do mercado de securitização. Há muito capital dentro e fora do Brasil interessado em investir no agro, mas falta "ponte" entre os originadores e detentores dos recursos.

O que falta é trazer segurança para quem quer colocar dinheiro no setor. Os outros grandes mercados agrícolas já têm maior acesso ao capital financeiro que o Brasil. O gap ainda é gigantesco especialmente quando comparado com os Estados Unidos, onde 70% do que é originado de crédito vai parar dentro de produtos de securitização de forma escalável e rápida. O Brasil tem um grande caminho a percorrer. O BTG Pactual compartilha da leitura de que a participação do mercado de securitização e capitais no crédito agrícola cresceu bastante, mas que ainda há espaço para alavancar. Em 2020, foram R$ 160 bilhões. Este número aumentou 40% em 2021, mas a representatividade de concessão de crédito versus a representatividade do agro no Produto Interno Bruto (PIB) do País está na ordem de 10,5% a 10,7%.

A carteira atual de operações financeiras direcionadas ao agro poderia ser triplicada dada a necessidade de crédito do setor para custeio. O agro está acelerando bastante, mas ainda tem muito espaço para crescer e alavancar. Importante salientar questões de informação e logística como gargalos para ampliar o acesso do mercado de capitais ao agro e que podem ser destravados com uso de dados e agricultura de precisão. O BTG, por exemplo, vem ampliando sua atuação no setor nos últimos anos, passando a focar em financiamentos menores e diversificando as culturas de atuação. Antes, o banco fazia financiamento para grande indústria de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões. Hoje, baixou a régua e tem financiamentos a partir de R$ 1 milhão para propriedades a partir de 1 mil hectares. Iniciou com soja e milho e trazendo escalabilidade para cana-de-açúcar e outras culturas.

A Caramuru informou que aumentou bastante a participação do mercado de capitais no financiamento das atividades da empresa. A empresa começou acessar o mercado de capitais em 2020 com CRAs, justamente para diminuir a dependência do mercado bancário e do risco de refinanciamento. O mercado bancário reduziu muito no Brasil. O mercado de capitais vem para irrigar crédito para empresas, facilitando o nosso relacionamento com produtor rural. Tem surgido várias oportunidades de investidores interessados em contribuir com financiamento da companhia e o apetite da companhia por instrumentos de menor custo e de alongamento de dívida. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.