ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Abr/2022

Alimentos: guerra eleva custo e freará o consumo

Segundo levantamento mensal da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), o conflito na Ucrânia vem elevando os preços das principais commodities agrícolas utilizadas na indústria de alimentos, como trigo e milho, e deve levar a aumentos dos preços pagos pelo consumidor. Os dois cereais estão entre os principais itens exportados por Rússia e Ucrânia. O cenário aponta para um aumento dos custos da indústria de alimentos e, consequentemente, dos preços ao consumidor. É preciso seguir acompanhando os desdobramentos do conflito para avaliar a intensidade da pressão nos custos de produção. Mantida a alta dos preços das commodities (agrícolas e energia), reduz-se a expectativa de crescimento do consumo no mercado interno. Os preços do trigo devem continuar subindo. Vendido em fevereiro a R$ 1.711,00 por tonelada, na média, o cereal teve aumento de 35,4% de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022 e de 1,5% entre janeiro e fevereiro deste ano.

O milho se valorizou 15,4% desde fevereiro de 2021, alcançando R$ 1.615,00 por tonelada. Desde fevereiro, os preços internacionais continuaram reagindo de forma expressiva. A Abia não trabalha no momento com a possibilidade de desabastecimento de trigo, tendo em vista que 87,5% do cereal importado pelo Brasil vem da Argentina. Quanto ao milho, após o recuo dos preços na primeira quinzena de fevereiro, decorrente de uma retração de compradores que passaram a utilizar seus estoques, a entidade vê tendência de alta devido ao avanço do conflito no Leste Europeu e ao fato de os países envolvidos serem grandes exportadores da commodity. Os preços internacionais do milho estão subindo rapidamente, motivados principalmente pela expectativa de queda na oferta mundial. As cotações da soja, outra matéria-prima utilizada pela indústria de alimentos, devem seguir em alta, sustentadas pela demanda interna e externa e pela redução da oferta na safra atual.

Em fevereiro, a oleaginosa foi vendida, em média, a R$ 3.194,00 por tonelada, alta de 8,7% ante janeiro e de 18,6% no ano. No mercado internacional, o cenário é de preços firmes no curto prazo. A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo e o estrangulamento de oferta resultou em aumento do preço futuro do óleo de soja, principal matéria-prima para a produção de biodiesel. O café robusta permanece com preço elevado, de R$ 13.668,00 por tonelada, em razão da safra menor decorrente de questões climáticas, mas a tendência é de baixa dos preços. Entre janeiro e fevereiro, os valores recuaram 1% no mercado interno. No último ano, aumentaram 90%. Apesar de o preço do café estar em patamares muito altos, a guerra no Leste Europeu tem gerado uma tendência de baixa no preço da commodity, em virtude de a Rússia ser o sexto maior importador e dos possíveis impactos econômicos no consumo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.