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01/Abr/2022

COFCO prevê elevar a originação de grãos no Brasil

O arremate do terminal STS11 no Porto de Santos (SP) na quarta-feira (30/03), em leilão realizado pelo governo, deve levar a trader chinesa Cofco Internacional a desembolsar bem mais do que os R$ 765 milhões previstos em contrato. As obras devem demandar investimentos de ao menos R$ 1 bilhão. Destinado ao embarque de soja, milho, açúcar e farelo, o STS11 deve permitir à companhia dobrar o volume de grãos originado no País até 2025. Será uma obra grande para descarga de trens e caminhões, com silos, armazéns, dois tipos de armazenagem e dois berços com shiploaders. A ideia é que seja o mais flexível e moderno possível; a empresa investirá no que houver de melhor em termos de tecnologia e automação.

Em 2022, o investimento ainda será pequeno, em torno de 10% do total, já que a Cofco só deve receber a área do STS11 dos atuais arrendatários no fim do ano. A partir de 2023 até 2025, quando os primeiros embarques de produtos agrícolas originados pela empresa devem ocorrer, os desembolsos serão mais volumosos, para aquisição de equipamentos e execução das obras. O novo terminal da Cofco será estratégico para a companhia, principalmente para elevar a originação de grãos no País. Reunindo vários terminais no porto paulista, incluindo o 12A que já era arrendado pela Cofco, além do 11, 13, 14 e 15, terá capacidade de movimentação de até 14 milhões de toneladas por ano.

A ideia é ter capacidade de originar mais e ter flexibilidade no terminal, fazer o próprio line up de navios, poder encostar o navio próprio e não depender de ninguém. Quando se usa um terminal de terceiros, é preciso entrar na fila, às vezes pagar demurrage (multa no caso de o embarque demorar mais do que o prazo acordado. A Cofco terá seu próprio terminal e vai encostar os navios conforme sua conveniência, fazer o planejamento sem depender de terceiros. Com isso, será possível mais que dobrar a capacidade de originação em 2025, em comparação a 2021. A Cofco escoa grãos atualmente pelos portos de Santos (SP) e Barcarena (PR).

No Porto de Santos, a companhia conta com dois terminais arrendados, o 12A e o Cereal Sul, cujos contratos de arrendamento vão expirar entre o fim deste ano e 2024. No Porto de Barcarena, a trader não possui terminal próprio e utiliza a estrutura de terceiros. No Porto de Santos, a Cofco tem hoje capacidade para movimentar anualmente cerca de 3,3 milhões de toneladas por seus terminais, 3 milhões pelo 12A e 300 mil toneladas pelo Cereal Sul. Também é pelo Porto de Santos que a trader escoa todo o açúcar originado no Brasil. Não foi informado qual é o volume total de grãos, açúcar e farelo exportado a partir do Brasil. Para os produtores, a expansão também será positiva. Os fazendeiros terão mais opção para vender o seu produto, pois a Cofco vai continuar crescendo no País.

Há planos de fazer mais investimentos no interior do Brasil, à medida que projetos de ferrovias de outras empresas saiam do papel. Novos investimentos em terminais portuários, até a conclusão do terminal do Porto de Santos, não estão previstos. No Brasil, a Cofco está presente em mais de 60 localidades em 10 Estados. Além de escritórios comerciais, possui quatro usinas de moagem de cana-de-açúcar em Catanduva, Potirendaba, Sebastianópolis do Sul e Meridiano, no interior de São Paulo; uma fábrica de esmagamento de soja em Rondonópolis (MT), com capacidade para processar 1,5 milhão de toneladas de soja por ano; mais de 20 silos em diversos pontos do País, entre outras estruturas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.