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01/Abr/2022

Taxa de Desemprego fica em 11,2% no trimestre

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira (31/03) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro. Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,6%. No trimestre encerrado em janeiro de 2022, a taxa de desocupação estava em 11,2%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.511,00 no trimestre encerrado em fevereiro. O resultado representa queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 234,104 bilhões no trimestre até fevereiro, queda de 0,2% ante igual período do ano anterior. No trimestre terminado em fevereiro, faltou trabalho para 27,251 milhões de pessoas no País.

A taxa composta de subutilização da força de trabalho desceu de 25,0% no trimestre até novembro de 2021 para 23,5% no trimestre até fevereiro. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até fevereiro de 2021, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 29,2%. A população subutilizada caiu 6,3% ante o trimestre até novembro, 1,843 milhões de pessoas a menos. Em relação ao trimestre até fevereiro de 2021, houve um recuo de 17,8%, menos 5,899 milhões de pessoas. O País registrou um aumento de 304 mil vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. A população ocupada alcançou de 95,234 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro de 2022.

Em um ano, mais 7,949 milhões de pessoas encontraram uma ocupação. Já a população desocupada diminuiu em 389 mil pessoas em um trimestre, totalizando 12,016 milhões de desempregados no trimestre até fevereiro. Em um ano, 2,917 milhões deixaram o desemprego. A população inativa somou 65,297 milhões de pessoas no trimestre encerrado em fevereiro, 481 mil a mais que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente encolheu em 3,435 milhões de pessoas. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) subiu de 55,1% no trimestre encerrado em novembro de 2021 para 55,2% no trimestre até fevereiro de 2022. No trimestre terminado em fevereiro de 2021, o nível da ocupação era de 51,1%.

O Brasil registrou 4,724 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em fevereiro. O resultado significa 158 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2021, um recuo de 3,2%. Em um ano, 1,192 milhão de pessoas deixaram a situação de desalento, queda de 20,2%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade, e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

O País alcançou uma taxa de informalidade de 40,2% no mercado de trabalho no trimestre até fevereiro de 2022. O mercado de trabalho registrou 38,326 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período. Em um trimestre, houve uma redução de 252 mil pessoas atuando como trabalhadores informais. A queda do trabalho por conta própria foi decisiva para a diminuição na população ocupada informal. A queda do trabalhador conta própria, que é parcela significativa do setor informal, fez com que a população informal recuasse. O contingente de trabalhadores por conta própria atuando na informalidade, ou seja, sem CNPJ, encolheu em 354 mil pessoas em apenas um trimestre.

O Ipea manteve sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 em 1,1%, mas mudou a composição do desempenho da atividade econômica. A agropecuária e indústria terão desempenho pior do que o inicialmente esperado, enquanto os serviços, na esteira da normalização das atividades à medida que a pandemia é controlada, puxarão a economia. A economia começou o ano sob impacto do aumento de contaminações da Covid-19, por causa da variante Ômicron, mas a onda mais recente da doença foi rápida. Fevereiro e março foram meses de recuperação, de forma que a estimativa de crescimento é de 0,5% no PIB do primeiro trimestre ante o último de 2021.

Apesar disso, a economia continuará sendo afetada por um conjunto de fatores que tendem a desacelerar seu ritmo de crescimento ao longo dos próximos trimestres de 2022. De um lado, os índices de inflação continuam surpreendendo para cima, o que afeta a renda real das famílias e seu consumo. Os efeitos do ciclo de aperto monetário ainda se farão sentir por algum tempo, resultando em perspectivas menos robustas de crescimento no mercado de crédito. Por causa da seca na Região Sul na virada do ano, o crescimento do PIB da agropecuária foi revisto para apenas 1,0%, ante 2,8% anteriormente. O PIB industrial também foi revisado para baixo.

Antes, a estimava de variação era nula, agora, a previsão é de queda de 0,8%. A desorganização das cadeias de abastecimento globais persiste, o que, aliado aos efeitos defasados da política monetária, não enseja prognóstico muito favorável. Nesse quadro, a economia será puxada, em 2022, pelo setor de serviços. A projeção para o PIB do setor foi revisada para cima, para uma alta de 1,8%, ante a estimativa de 1,3%, anteriormente. Superada a piora ocorrida no mês de janeiro, quando o aumento de casos de Covid-19 voltou a reduzir os níveis de mobilidade urbana, esperamos que os efeitos da pandemia diminuam, permitindo o fechamento do hiato daqueles segmentos mais fortemente atingidos pela crise sanitária.

A recuperação do setor de serviços deverá sustentar o bom desempenho dos indicadores de ocupação, gerando um efeito positivo na demanda doméstica. Assumindo que a incerteza será reduzida com o fim do conflito armado no Leste Europeu ao longo do ano e que a desaceleração da inflação permitirá o início de um ciclo de alívio na política monetária a partir da virada de 2022 para 2023, a projeção de crescimento do PIB no próximo ano está em 1,7%. Essa projeção também considera a manutenção de um arcabouço de regras fiscais compatível com o compromisso com a disciplina fiscal, mantendo sob controle o risco associado à evolução das contas públicas.

Como qualquer previsão em horizontes maiores de tempo, esta, em particular, embute riscos em relação à não concretização dos cenários mencionados, cuja natureza é de neutralidade nas condições econômicas. Cenários mais otimistas no que se refere, por exemplo, a uma agenda legislativa mais robusta em 2023 resultariam em uma previsão maior via indicadores de confiança. O mesmo efeito se faria presente com a redução mais rápida dos níveis de inflação, que resultaria no fim do aperto monetário no Brasil e nas principais economias. Por sua vez, mudanças desfavoráveis na percepção do risco fiscal teriam o efeito contrário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.