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30/Mar/2022

Brasil tem recorde de desempregados há dois anos

Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o mercado de trabalho no País chegou ao quarto trimestre de 2021 com proporção recorde de desemprego de longo prazo: mais de 30% dos cerca de 12,1 milhões de desempregados estavam em busca de uma vaga havia dois anos ou mais, maior percentual de pessoas nessa situação em toda a série histórica iniciada em 2012. Em que pese a melhora no dinamismo da ocupação, o aumento do tempo de permanência no desemprego mostra que a situação do mercado de trabalho continua desafiadora. No primeiro trimestre de 2021, entre todos os desempregados, 23,5% estavam procurando trabalho há dois anos ou mais. No segundo trimestre, essa proporção subiu a 25,7%, aumentando a 28,9% no terceiro trimestre, até atingir o patamar de 30,3% no quarto trimestre do ano passado.

O que acaba acontecendo é um efeito composição. As pessoas menos qualificadas, aquelas que já estão há muito tempo desempregadas, cada vez mais ficam sobrando no mercado de trabalho. Todo mundo que está mais bem qualificado vai conseguindo um emprego, então o estoque de desempregados vai caindo. Mas, esse grupo de pessoas de baixa qualificação, que já não está conseguindo vaga de emprego há bastante tempo, vai permanecendo quase que intacto. Além disso, o emprego sem carteira assinada cresceu mais do que o trabalho com carteira em relação a um ano antes. O estudo tem como base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego no País foi de 11,1% no trimestre terminado em dezembro de 2021, subindo levemente a 11,2% no trimestre encerrado em janeiro de 2022.

O Ipea ressalta que está em curso uma recuperação mais forte do emprego formal, mas a maior parte das novas vagas ainda está sendo gerada nos segmentos informais da economia. No último trimestre móvel, encerrado em janeiro de 2022, segundo a Pnad Contínua, enquanto o montante de trabalhadores com carteira avançou 9,3%, na comparação interanual, os contingentes de ocupados sem carteira e por conta própria se expandiram 19,8% e 10,3%, respectivamente. A expectativa para o restante do ano é de manutenção do processo de recuperação do mercado de trabalho. No entanto, o ritmo desta retomada deve arrefecer, tendo em vista a perspectiva de um crescimento menos acentuado da ocupação em 2022, refletindo um desempenho mais moderado da atividade econômica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.