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29/Mar/2022

Fundos ETF de ESG atraem interesse de investidor

A mobilização mundial sobre a urgência das mudanças climáticas fortaleceu a busca por alternativas mais responsáveis de investimento nos mercados. Prova disso é a popularização dos fundos negociados em bolsas (ETF) com foco em boas práticas de ESG, a sigla que se refere ao conceito de governança ambiental, social e corporativa e que se incorporou de maneira decisiva ao léxico financeiro. Segundo levantamento da consultoria ETFGI, a alocação de capital nessa categoria de fundos superou a marca de US$ 370 bilhões em 2021, um salto de 84% em relação a 2020. No geral, esses produtos replicam índices de referência que utilizam os critérios de responsabilidade na metodologia de composição da carteira. Dessa forma, permitem aos clientes acesso a uma gama diversa de aplicações.

Segundo a B3, por aliarem tais vantagens à crescente demanda do mercado por companhias comprometidas com a sustentabilidade e resiliência de suas atividades, os ETFs ESG vêm experimentando um crescimento exponencial em todo o mundo. No Brasil, o número de ETFs ESGs oferecidos no mercado quadruplicou desde o início de 2020 e agora chega a 12, com patrimônio líquido total superior a R$ 2,2 bilhões. A bolsa brasileira atualmente oferta oito índices de ESG, entre os quais quatro têm algum ETF associado. O Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3), especificamente, reúne companhias que integram práticas de descarbonização em seus modelos de negócios e é refletido pelo ECOOO11, gerido pela BlackRock. Essas referências tendem a ter desempenho superior aos benchmarks do mercado em geral. Nos Estados Unidos, os 13 índices de ESG que seguem ações de empresas com alta capitalização registraram ganhos entre 25,6% e 31,7% em 2021.

Sete deles saltaram mais de 30%. Já o S&P 500 teve valorização de 26,9% no ano. No mercado brasileiro, o ICO2 B3 acumulou avanço de 103,86% desde seu lançamento, em 2010, contra 60,91% do Ibovespa. Assim, por refletirem o desempenho de tais índices, os ETFs ESG são ideias para qualquer investidor que busque diversificar seu portfólio de forma responsável e consciente, sem renunciar ao retorno financeiro. A conformidade com as métricas ESG naturalmente afeta positivamente as métricas financeiras das empresas, com impacto para o acionista. Quando a companhia olha para a questão ambiental, ela tende a ter um menor risco de acidente, está mais preparada para as mudanças climáticas que estão vindo aí, tende a ser mais eficiente operacionalmente. A agenda ESG inexoravelmente terá que ser incorporada nos planos de negócios das corporações. O pensamento sistêmico das questões ESG abre portas para ter melhor eficiência, melhor relacionamento, criar oportunidades de negócios e redesenhar produtos e serviços.

Entre os produtos mais populares nessa categoria, o ETF ESGB11, do BTG Pactual, segue o Índice S&P/B3 Brasil ESG, que inclui ações com critérios de sustentabilidade com base em metodologia da S&P. São excluídas empresas em atividades comerciais controversas (tabaco, armas e carvão) e as que não cumprem o Pacto Global da ONU, que estabelece princípios básicos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. A ideia por trás desse índice é fomentar a melhora das práticas das empresas. Ainda há muito espaço no País para crescimento dessa modalidade de aplicações. Esses fundos temáticos ainda não cresceram muito no Brasil. O fato de ter passado de 2 milhões de CPFs registrados na bolsa em 2019 para 5 milhões, cria mais usuários para esse tipo de produto. E o ETF é um produto muito bom de entrada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.