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28/Mar/2022

Guerra ainda não afeta relação entre Brasil e China

A guerra entre Rússia e Ucrânia e a posição de neutralidade que a China vem tomando em relação ao tema não deve prejudicar, pelo menos por enquanto, e de forma muito importante, o comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e o gigante asiático. O Brasil é um parceiro importante para a China em relação ao fornecimento de produtos agropecuários. De tudo o que a China adquire de alimentos por ano, 20% são fornecidos pelo Brasil. Entretanto, no médio prazo, e como consequências do conflito no Leste Europeu, o agronegócio brasileiro deve ficar atento à maior aproximação entre Rússia e China, que já está ocorrendo. A China já vinha numa tendência de diversificar seus fornecedores de produtos agrícolas.

Mesmo que o Brasil esteja numa posição vantajosa atualmente, é preciso lembrar que a Rússia tem um potencial agropecuário muito grande. Este potencial ainda não se materializou, mas poderia se concretizar se houvesse condições e empreendedorismo para colocar este projeto de pé, ainda mais pensando nas atuais sanções impostas pelo Ocidente à Rússia. Se as sanções perdurarem, pode ser que a Rússia se sinta estimulada a ampliar a produção interna de alimentos e foque, a partir daí, na exportação para a China e a Índia. Isso poderia, no médio prazo, representar perda de mercado para o Brasil.

No médio prazo, o Brasil precisa de planejamento; é um risco palpável e talvez um dos maiores desafios que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode trazer na relação do Brasil com a China no agronegócio. A China representou 40% de tudo o que o agronegócio brasileiro exportou no ano passado, somando US$ 45 bilhões. A China não tem nada a ganhar com este conflito. Há mais riscos do que oportunidades em uma situação de turbulência internacional. A China é extremamente globalizada e é o maior parceiro comercial de mais de 130 países, inclusive o Brasil, então a última coisa que ela precisa é de um ambiente com turbulência internacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.