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22/Mar/2022

Guerra é entrave à recuperação econômica global

Segundo estimativas da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por 39 países desenvolvidos e emergentes, menor crescimento, inflação maior e novos entraves à recuperação pós-pandemia são custos imediatos da invasão da Ucrânia para a economia global. Antes da guerra, a expansão do produto mundial estava estimada em 4,5% em 2022 e 3,2% em 2023. Com o desarranjo dos mercados, problemas de suprimento e novas incertezas, o mundo poderá crescer 1% menos do que se esperava. A alta de preços, já acelerada antes da guerra, poderá ganhar 2,5% no primeiro ano a partir do conflito, impondo novos desafios aos bancos centrais e aos governos. Vencidos os primeiros choques e superado o impacto da Ômicron, a maioria das economias mais importantes deveria voltar em 2022 ou 2023 às condições anteriores à pandemia. O crescimento mundial deveria retomar em 2023 a tendência quebrada pelo surto do coronavírus.

Ao mesmo tempo, haveria reaproximação das condições de pleno-emprego. A vacinação contribuiu de forma importante para a recuperação. Mas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assumiu o papel gradualmente abandonado pelo vírus, dificultando o retorno ao quadro econômico anterior à pandemia de Covid-19. A OCDE menciona em primeiro lugar, como mais importante consequência da guerra na Ucrânia, a perda de vidas, juntamente com a crise humanitária associada ao enorme número de pessoas sitiadas e deslocadas. Em segundo lugar aparecem os efeitos econômicos, nos preços de matérias-primas, na inflação e nas finanças. Em prazo mais longo, uma redivisão do mundo em blocos separados comprometerá os ganhos derivados da integração das economias. De imediato, os governos terão de encontrar meios de atenuar o impacto do encarecimento da energia.

Também deverão buscar ações coordenadas para garantir o suprimento de comida e para sustentar os serviços de logística. Os bancos centrais terão de enfrentar, de novo, decisões complicadas de política monetária, balanceando, de acordo com as condições de cada país, o combate à inflação e a preservação da atividade econômica. Mas, além disso, a guerra acentuou a importância de minimizar a dependência em relação à Rússia para a importação de itens fundamentais de energia e de cuidar dos mecanismos para a segurança energética e a transição verde. Novos padrões de segurança energética e transição verde são temas negligenciados na agenda oficial brasileira. Ações para baixar os preços de combustíveis têm destaque nessa agenda, mas estratégias para a adoção de novos sistemas de energia são incompatíveis, hoje, com os padrões do Executivo. Talvez haja espaço para esses valores depois da próxima posse presidencial, em janeiro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.