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17/Mar/2022

Guerra provoca altas nos preços das commodities

As incertezas provocadas pelo conflito na Ucrânia estão pressionando os preços das commodities agrícolas e de energia, além de gerar uma busca maior por ativos seguros, como o dólar. Os preços de energia têm subido, pois os traders estão relutantes em comprar óleo e gás russos, muito embora as sanções tenham excluído os fluxos de energia. Como tanto a Rússia quanto a Ucrânia são atores muito relevantes em grãos e oleaginosas, o conflito provocou aumentos nos preços, o que pode levar a mudanças nas cadeias de abastecimento. Rússia e Belarus desempenham um papel fundamental nos fertilizantes globais como exportadores, e a guerra se somará aos preços já em alta para os produtores agrícolas.

Para a soja, o relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe mais um ajuste relevante para a soja sul-americana, mas os números seguem acima das estimativas dos agentes privados e agências locais. Além disso, a redução na oferta de soja sul-americana foi parcialmente compensada por uma redução do esmagamento global. Com isso, os estoques finais globais de soja ficaram acima das estimativas médias de mercado, fazendo com que o relatório fosse mais baixista para a soja.

Contudo, com as novas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é provável que o USDA fará cortes adicionais na produção brasileira no relatório de abril. Outro ponto que merece atenção é a precificação do estoque/uso norte-americano. Os níveis atuais de preços dos contratos futuros na Bolsa de Chicago normalmente são associados com estoques mais apertados do que os estimados até o momento. Contudo, no contexto altista atual para as commodities agrícolas, é difícil precisar quando essa relação retornará para patamares próximos dos níveis históricos.

No mercado de milho, os ajustes mais marginais na produção sul-americana, bem como os maiores estoques da Ucrânia devido à redução nas exportações, fizeram com que os estoques de passagem globais ficassem acima das estimativas do mercado. Ainda assim, a relação estoque/uso estimada segue sendo a menor desde a safra 2013/2014.

No mercado de trigo, o conflito no Leste Europeu levou a um comércio global menor e, consequentemente, estoques finais mais altos. Nos Estados Unidos, os estoques seguem pressionados por conta da quebra na safra atual, e o cenário de guerra só aumenta essa pressão.

No mercado de açúcar e etanol dos Estados Unidos, os estoques de etanol estão 14,5% acima do nível do ano passado, enquanto há rumores de uma possível alteração do mandato de mistura para compensar a recente alta nos preços dos biocombustíveis.

No Brasil, a Petrobras repassou parte dos custos de importação, o que pode fazer com que o preço da gasolina na bomba fique próximo de R$ 7,00 por litro. Esse movimento pressiona a visão atual de um mix mais açucareiro, uma vez que o etanol começa a pagar um prêmio sobre o açúcar. No entanto, esse cenário é incerto, pois o governo brasileiro deu mais um passo na direção de intervir e controlar os efeitos do preço internacional do petróleo sobre o mercado doméstico. Fonte: Suinocultura Industrial. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.