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16/Mar/2022

FMI: impactos da guerra sobre a economia global

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o conflito decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia é um "grande golpe" à economia global que enfraquecerá o crescimento econômico e impulsionará a inflação. A atividade econômica será afetada por três canais principais. O primeiro deles é o avanço dos preços de commodities alimentares e energéticas, que deve corroer a renda das famílias e pesar sobre a demanda. O segundo será o conjunto de dificuldades no comércio, sobretudo nos países vizinhos à guerra, que ainda enfrentam alto fluxo de refugiados. Por último, a redução da confiança das empresas e maiores incertezas entre investidores pesarão sobre os preços dos ativos, além de restringir as condições financeiras e provocar fuga de capitais de emergentes.

Países com alta exposição à região do conflito em áreas como comércio, turismo e financeira devem sentir pressão adicional. As economias dependentes do petróleo terão déficits fiscais e comerciais mais altos. Aumentos mais acentuados de preços de alimentos e combustíveis podem aumentar o risco de agitação em alguns regiões, da África Subsaariana e América Latina ao Cáucaso e Ásia Central, enquanto a insegurança alimentar provavelmente aumentará ainda mais em partes da África e do Oriente Médio. As previsões econômicas do FMI provavelmente serão reduzidas no próximo relatório de perspectivas, no mês que vem. A longo prazo, a guerra pode alterar fundamentalmente o cenário econômico e a ordem geopolítica global. A escalada dos preços de commodities, em decorrência da guerra na Ucrânia, impulsionará a inflação na América Latina e Caribe.

A taxa anual de inflação está acima de 8% em cinco das maiores economias da região: Brasil, México, Chile, Colômbia e Peru. Bancos centrais podem ter que defender ainda mais a credibilidade no combate à inflação. As condições financeiras no Hemisfério Ocidental permanecem relativamente favoráveis, mas a piora do conflito no Leste Europeu pode levar a estresses globais que, junto com a política monetária contracionista, pesará sobre o crescimento econômico. No caso dos Estados Unidos, as ligações com Rússia e Ucrânia são limitadas. Apesar disso, a inflação já estava elevada antes da guerra. Isso significa que os preços podem continuar subindo à medida que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) começa a aumentar as taxas de juros. Sanções Ocidentais contra a Rússia prejudicarão a intermediação financeira e de comércio no país, levando a uma recessão.

A depreciação do rublo está alimentando a inflação, diminuindo ainda mais os padrões de vida para os população. Para o restante da Europa, o principal canal pelo qual haverá impacto será o de energia, junto com gargalos na cadeia produtiva. Os governos europeus também podem enfrentar pressões fiscais de gastos adicionais em segurança energética e orçamentos de defesa. Na região da Ásia e Pacífico, os efeitos também serão limitados, devido a poucas relações comerciais, embora a desaceleração da economia global deva prejudicar exportadores. Para a China, os efeitos imediatos devem ser menores porque o estímulo fiscal dará suporte a meta de crescimento de 5,5% para o ano e a Rússia compra uma quantidade relativamente pequena de suas exportações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.