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15/Mar/2022

Diesel: alta vai impactar nos custos de produção

Segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o reajuste de 24,9% do preço do diesel para distribuidoras anunciado pela Petrobras na quinta-feira (10/03) deve resultar em aumento para produtores rurais de até 93% dos gastos com o combustível. Para os produtores de cana-de-açúcar, atividade intensiva no uso de máquinas a diesel para desempenhar as diversas atividades nas propriedades, o incremento nos gastos com diesel deve variar de 50% a 60%. O cálculo compara os gastos de produtores do setor há um ano, quando o diesel custava ao redor de R$ 4,50 por litro, com a perspectiva atual de preço atual, de R$ 6,98 por litro de diesel. O valor mais recente do diesel toma por base o preço médio de R$ 5,59 por litro para o consumidor em fevereiro, conforme a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mais o reajuste de 25%.

A CNA levou em conta os custos de produção de 15 regiões do País com atividade sucroalcooleira, incluindo áreas de São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. O diesel representa de 12% a 17% do custo de produção da atividade canavieira. No caso dos grãos, como soja e milho, o aumento dos gastos tende a ser ainda mais expressivo, de 70% a 93%, tomando por base os custos de produção de 35 regiões de todo o Brasil. É um valor significativo em cima de um patamar que já estava elevado. Os dados sobre grãos do ano passado foram coletados quando o diesel custava em torno de R$ 3,60 por litro, portanto, menor do que o valor considerado para o setor sucroalcooleiro, o que explica em parte o esperado incremento dos gastos com diesel ser mais expressivo para produtores de grãos do que de cana-de-açúcar.

O diesel representa de 4% a 8% dos custos produtivos para o cultivo de grãos. Chamou a atenção o crescimento, no ano passado, de mais de 40% do preço do diesel. Foi um impacto direto, que os produtores absorveram nas operações mecânicas (com máquinas agrícolas). Tem as operações indiretas, porque todo o insumo que chega à propriedade vem por transporte rodoviário, o próprio escoamento da produção é por transporte rodoviário, que usa o diesel como principal insumo. Os insumos agrícolas vão encarecer por causa do aumento do preço do frete. Não só por isso: o petróleo é o insumo dos fertilizantes nitrogenados, no caso da ureia, da amônia, que já tiveram aumento significativo principalmente por causa da guerra da Rússia com a Ucrânia. É mais uma variável de aumento de custo que vai forçar os produtores a reverem todo o processo produtivo para poderem equilibrar suas margens. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.