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15/Mar/2022

B3: investidor procura por commodities brasileiras

O investidor estrangeiro que tem vindo para o Brasil mostra um interesse bem específico: commodities. Dos 33 setores econômicos representados na B3, menos de um terço se valorizou neste ano, e apenas três apresentaram ganhos acima de 10%. Mineração teve alta de 34,77%, o setor agropecuário de 17,72% e petróleo e gás registra 11,78% de crescimento. No período, o Ibovespa, principal índice da Bolsa, subiu 9%. Na outra ponta, o setor de computadores e equipamentos, onde estão empresas como Positivo, Intelbras e Multilaser, já perdeu 34% no ano, e o de automóveis e motocicletas caiu 19,71%. No setor de transporte a queda chega a 15,31%. A alta do Ibovespa nesse início de ano foi sustentada, basicamente, por dez ações listadas na Bolsa. O peso do setor de commodities chega hoje a 30% do índice. Há um ano, era de 20%. O que também atrai os investidores é o fato de essas empresas estarem baratas em relação às suas concorrentes globais. A entrada de recursos externos ao Brasil deve continuar. Mas, não é esperado, à frente, um movimento tão forte como o visto no início deste ano.

Em contrapartida, o investidor local deve continuar fugindo da Bolsa, por conta da alta forte dos juros, que tem provocado migração para a renda fixa. No acumulado deste ano, os investidores pessoa física já retiraram R$ 16,213 bilhões da B3. Segundo a Capital Economics, além do preço das commodities, que dará um impulso às exportações, atraindo investidores, a falta de ligação do Brasil com Rússia e Ucrânia e o pouco contágio dos efeitos da guerra no Leste Europeu também têm ajudado a direcionar o fluxo de capital para o Brasil. Relatório do Instituto de Finanças Internacionais (IIF), entidade formada por mais de 400 bancos globais, corrobora essa avaliação. A entidade apontou que, apenas em fevereiro, a entrada de capital em países emergentes atingiu US$ 17,6 bilhões, sendo US$ 8,7 bilhões apenas para a América Latina. O órgão apontou que há distinção no direcionamento dos fluxos entre os países e que algumas regiões estão, potencialmente, beneficiando-se, exatamente, da dinâmica de alta dos preços das commodities.

Em relatório enviado a clientes há poucos dias, o Bank of America destacou que, enquanto investidores nacionais estão saindo de fundos de ações e migrando para a renda fixa, diante das taxas de juros mais altas, algo que torna essa classe de investimento mais atrativa, os investidores estrangeiros direcionaram o fluxo ao Brasil, sendo os grandes responsáveis pela alta do índice brasileiro neste início do ano. A favor do Brasil está a entrada de recursos aos emergentes e a preferência dos investidores pelas empresas de commodities, em um mundo de inflação e de taxas de juros crescentes. A gestora americana Franklin Templeton também acredita que o Brasil pode ser uma boa opção para investidores estrangeiros. Apesar da recente alta do mercado de ações, os ‘valuations’ (avaliação das empresas) parecem atraentes. Assim, nestes tempos incertos, os estrategistas da empresa avaliam que o Brasil, com sua oferta abundante de commodities, momento favorável para os resultados corporativos e retornos atrativos, merece maior atenção dos investidores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.