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09/Mar/2022

Projeções para inflação e juros sobem com guerra

A disparada dos preços de commodities, causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, tem consolidado no mercado a visão de inflação e juros mais altos em 2022. Desde o dia 3 de março, ao menos seis instituições financeiras passaram a prever IPCA de 6,0% ou mais em 2022, com projeções de taxa Selic no fim do ciclo de 12,75% a 13,25%. A última leva de revisões de inflação incluiu instituições como Bank of America (5,0% para 6,50%), BNP Paribas (6,0% para 7,0%), Necton Investimentos (5,80% para 6,0%), JPMorgan (5,60% para 6,0%), Bradesco (5,40% para 6,0%) e XP Investimentos (5,20% para 6,20%).

As três primeiras já preveem Selic terminal acima de 13%, enquanto as últimas estimam juros de 12,75% no fim do ciclo. Economistas do mercado incluíram em seus cenários o risco de um IPCA mais próximo de 6,0% e de juros de até 13,0% no fim do ciclo. A última rodada de sanções à Rússia e os crescentes impasses em relação ao conflito no Leste Europeu, no entanto, transformaram os cenários adversos em hipótese central para algumas instituições. Além das pressões sobre o petróleo, ganhou força no mercado a avaliação de que o salto de preços de fertilizantes e grãos pode gerar um novo choque de alimentos no País.

A revisão das estimativas da XP Investimentos incluiu uma mudança da projeção da inflação de alimentação no domicílio de 4,70% para 7,90%, enquanto o BofA elevou a sua estimativa para o grupo de 7,50% para 11,0%. Apreciação cambial, cortes de impostos e deflação de energia elétrica, por conta do cenário hídrico melhor, ajudam, mas não evitam uma piora das projeções de inflação. O aumento de 1,0% da estimativa de IPCA da XP já leva em conta o corte de 25% da alíquota do IPI, queda de 9,25% dos preços de energia com a bandeira amarela no fim do ano e um dólar de R$ 5,20 em dezembro.

Apesar da caracterização das pressões sobre o IPCA como choque de oferta, a maior parte das instituições considera que as pressões devem suscitar uma resposta da política monetária. Está evidente que a inflação vai continuar sendo um problema persistente e, se antes projetávamos que o acumulado em 12 meses iria começar a ceder por volta de fevereiro ou março, agora esperamos que vá começar a recuar por volta de maio ou junho. Num contexto que nem este, não parece que o Banco Central irá parar de subir a taxa básica enquanto houver chance de surpresas para cima no IPCA, segundo a Necton Investimentos.

O cenário da Necton indica Selic terminal de 13,25% e um aumento de 1,25% dos juros já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 16 de março. O ciclo deve se encerrar com altas de 0,75% em maio e 0,5% em junho. As revisões de taxa Selic terminal também implicaram em aumento das estimativas para o fim de 2023, considerando um cenário de início tardio dos cortes. Aumentaram as previsões para o fim do ano que vem: Bofa (9,5% para 10,5%), BNP Paribas (9,5% para 10,5%) e XP Investimentos (7,5% para 8,25%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.