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07/Mar/2022

Guerra Rússia-Ucrânia e impactos no agronegócio

O conflito entre Ucrânia e Rússia deve ter impacto no Brasil negativamente no setor de agronegócios, em empresas dependentes do fornecimento de gás e produtores de alimentos embalados à base de trigo. A maioria dos emissores de títulos de tais ramos tem perfis de liquidez sólidos e estruturas de capital saudáveis após seu forte desempenho em 2021, e devem ser capazes de sustentar alguma pressão sobre a lucratividade no curto prazo. Embora o Brasil não dependa diretamente da produção de hidrocarbonetos da Rússia, a manutenção dos preços do petróleo e do gás natural em patamares elevados pode pressionar a já elevada inflação e taxa de juros do País, impactando negativamente a economia em geral.

Os preços futuros do Brent estão em US$ 115,00 por barril no início de março de 2022, um aumento de 26% nos últimos 10 dias. O Brasil tem déficit comercial com a Rússia principalmente em fertilizantes e o comércio bilateral com a Ucrânia é baixo. A Rússia é um produtor de potássio de baixo custo e o maior exportador mundial de produtos nitrogenados. Rússia e Ucrânia são importantes produtores de trigo e milho com 30% e 20%, respectivamente, das exportações globais. O Brasil tem baixa dependência das importações de trigo e milho dos dois países, mas a alta dos preços internacionais será negativa para os produtores brasileiros de embalagens de alimentos, proteínas e etanol à base de milho. Os processadores brasileiros de milho também serão impactados, já que a Ucrânia é o terceiro maior exportador do mundo da commodity.

Um aumento nos preços do milho pressionaria as margens dos produtores brasileiros de aves, embora exportadores como a BRF possam se beneficiar de vendas mais altas para o Oriente Médio, já que as vendas de aves da Ucrânia para a região vacilam. O impacto dos preços mais altos do milho para os frigoríficos seria administrável, já que o gado brasileiro é em grande parte alimentado a pasto. Um impacto relevante para frigoríficos brasileiros como JBS, Minerva e Marfrig do ponto de vista da demanda externa não é esperado, pois suas exportações estão mais expostas ao mercado asiático do que ao russo, além de os maiores players do Brasil se beneficiam ainda de grandes exposições ao mercado dos Estados Unidos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.