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07/Mar/2022

Brasil: guerra traz riscos para atividade econômica

Segundo o Citi Brasil, em uma semana, a guerra já coloca uma certeza para o cenário econômico: a atividade sofrerá uma queda e, no caso do Brasil, isso deve significar, na melhor das hipóteses, um ano de Produto Interno Bruto (PIB) estagnado. A instituição, que já possuía um cenário mais pessimista de PIB e juros do que a média de mercado para 2022, está revendo os números. O PIB do quarto trimestre foi, certamente, melhor do que o esperado e surpreendeu, principalmente o consumo das famílias. Mas, olhando para a frente, a guerra piorou as perspectivas e a economia ficará estagnada, na melhor das hipóteses. Há no horizonte uma falta de eventos positivos.

A expectativa do Citi para o PIB de 2022, antes da invasão da Ucrânia, era de -0,30%. A Selic estava estimada em 12,75%, com mais dois aumentos e estabilidade nesse nível até metade de 2023. A projeção para inflação oficial, o IPCA, ficava em 5,8%. Em relação às perspectivas para inflação e câmbio, há ambiguidades e maiores incertezas para a trajetória dessas variáveis. A alta de preços provocada pela explosão nas commodities, que já está ocorrendo, pode ser amenizada pela apreciação cambial, visto que o Brasil é um exportador de muitos desses produtos. Na outra ponta, porém, há uma pressão no dólar para cima, resultante da elevação do risco que a guerra provoca aos países emergentes como um todo.

No câmbio, neste momento, um efeito equilibra o outro, por isso o movimento tranquilo na moeda. No entanto, se a alta das commodities se sustentar por muito tempo, a compensação do câmbio será insuficiente para moderar a inflação. Esse é justamente um dos três pontos trazidos pelo conflito no Leste Europeu que abalam as estimativas de atividade econômica. Da véspera da invasão da Ucrânia pela Rússia até agora, o aumento do petróleo foi de 18%; o milho sobe 15%; o minério de ferro, 14%; e o campeão, trigo, tem alta de 53%. Por conta desses números, tanto do câmbio, que retornou aos níveis anteriores ao conflito, quanto das commodities, essas sim com forte elevação, o impacto do conflito até agora é inflacionário, o que deve aumentar a carga sobre a política monetária do Banco Central.

Um segundo impacto se dará nas cadeias produtivas, que já vinham desorganizadas por condições criadas pela pandemia de Covid-19. Agora, enfrentarão rupturas e dificuldades decorrentes da guerra e das sanções impostas à Rússia e Belarus. O terceiro ponto levantado afeta não só a perspectiva de crescimento de curto prazo, mas também a recuperação de médio e longo prazos. A área que está sofrendo sanções é grande produtora de fertilizantes e insumos e isso piora a perspectiva de crescimento à frente. Fonte: Broadcast agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.